Tesis
Relação entre emissões de gás carbônico e renda no Brasil
Fecha
2022-09-15Registro en:
PENA, Elis Carvalho. Relação entre emissões de gás carbônico e renda no Brasil. 2022. 45 f., il. Dissertação (Mestrado Profissional em Economia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Autor
Pena, Elis Carvalho
Institución
Resumen
O Brasil é um dos maiores emissores globais de gases do efeito estufa (GEE),
participando de uma lista que abrange países desenvolvidos e em desenvolvimento. O principal
modelo que explica a relação entre crescimento econômico e poluição é a Curva de Kuznets
Ambiental – Environmental Kuznets Curve (EKC) que preconiza uma relação de U-invertido
entre um determinado indicador de poluição e renda. Nesse contexto, esta dissertação tem por
objetivo analisar a hipótese subjacente ao modelo de EKC para o dióxido de carbono, um gás
de efeito estufa, utilizando uma amostra de 4882 municípios brasileiros. Para tanto, utilizou-se
o método de Regressão Linear Múltipla, com as variáveis explicativas PIB municipal per capita
e as emissões líquidas de CO2, para os anos 2000 e 2010. Os efeitos foram controlados com as
seguintes variáveis: percentual da população urbana, frota de veículos, valor adicionado pela
indústria, percentual de pessoas com 25 anos ou mais com ensino médio completo, média de
precipitação anual, média de temperatura anual e uma dummy de tempo, de acordo com a
disponibilidade de dados. Os resultados demonstraram que a relação entre renda e emissões de
CO2 não segue a Curva de Kuznets Ambiental clássica, no formato de U invertido. Em
particular, os dados sugerem que a relação, embora estatisticamente insignificante, é crescente
e sem ponto de inflexão, considerando os níveis de renda no período estudado de 2000 a 2010.
Esse resultado é corroborado pela literatura especializada que, em sua maioria, demonstra a
inexistência de um ponto de inflexão a partir do qual as emissões de gás carbônico reduziriam
com o avanço do crescimento econômico. Uma das implicações desta evidência empírica é que
não se deve aguardar passivamente o aumento da poluição ambiental enquanto os países
seguem sua trajetória de desenvolvimento econômico. No caso brasileiro, cumpre formular
políticas públicas que amenizem os impactos negativos da urbanização e ampliem preservação
ambiental, reduzindo a temperatura média ambiental e alterações no regime de chuvas.