Tesis
Senso de humor : dimorfismo sexual e saúde física e mental
Fecha
2020-04-14Registro en:
LIMA, Saul de Moura. Senso de humor: dimorfismo sexual e saúde física e mental. 2019. viii, 108 f., il. Tese (Doutorado em Ciências do Comportamento)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Lima, Saul de Moura
Institución
Resumen
Esta tese de doutoramento utilizou-se das bases teórico-empíricas da Psicologia Evolucionista e apresentou resultados empíricos inéditos que dão credibilidade para a hipótese do indicador de aptidão mental no uso do humor – tanto em produtividade (manuscrito 1) quanto no estilo (manuscrito 2). O manuscrito 1 foi dividido em estudo 1 (109 homens e 189 mulheres), estudo 2 (146 homens e 159 mulheres) e estudo 3 (83 homens e 83 mulheres). O estudo 1, através de escala Likert, investigou a importância atribuída pelos sujeitos ao senso de humor no parceiro romântico (geral, ser bom produtor, ser receptivo). O estudo 2, força os sujeitos a escolher entre perfis de parceiros(as) que produzem ou apreciam o humor em diferentes contextos de relacionamentos (longo prazo, curto prazo, noite de sexo, encontro romântico, amizade). No terceiro estudo os sujeitos realizaram a “Tarefa de Compra de Traços”, com diferentes orçamentos (R$ 5,00, R$ 10,00 e R$ 15,00) que pode usar para “comprar” dois traços para seus parceiros em potencial (produção e apreciação do humor). Nos dois primeiros estudos, as mulheres atribuíram valores mais altos do que os atribuídos por homens para a importância do senso de humor (geral) e da produção de humor de seus parceiros. Também foi encontrado o esperado dimorfismo sexual em todas as opções de orçamento, sendo patente o aumento da necessidade masculina por “ri de mim”, e o aumento da necessidade das mulheres para o “me faz rir” quanto mais baixo foi o orçamento. Estes resultados foram consistentes com os dos estudos replicados, corroborando conclusões anteriores de que para o homem a apreciação de seu humor é uma necessidade, enquanto que uma parceira produtora de humor é um luxo, e o inverso para mulheres. O manuscrito 2 levou em consideração o amplo aspecto da hipótese do indicador de aptidão mental, que implica na integridade orgânica total, ou seja, que os estilos de humor estão ligados à saúde mental ou a falta dela, bem como a saúde geral dos indivíduos. Verificou-se então qual a relação direta dos estilos humorísticos com a falta de depressão e com a saúde física numa amostra de 115 participantes, homens e mulheres entre 18-25 anos de idade. Foi encontrado que o estilo de humor otimista é o derradeiro preditor de saúde psicológica (falta de depressão) e embora tenha sido encontrada uma relação entre saúde física e falta de depressão, nenhum estilo de humor se relacionou com a saúde física. Foi também encontrado que homens produzem mais humor (em concordância com o encontrado no manuscrito 1) e que o humor autodepreciativo e agressivo são mais produzidos por homens mas que os humores positivos (afiliativo e otimista) foram produzidos pelos dois sexos sem diferença, levantando a sugestão de que o humor otimista seja um indicador de aptidão homogâmico (ambos os sexos produzem), custoso e talvez só avaliado no contexto de busca de relacionamentos de longo prazo.