Tesis
Reestruturação produtiva, produção de subcentros e desigualdades socioespaciais na Ride-DF
Fecha
2017-03-22Registro en:
SOUZA, Sergio Magno Carvalho de. Reestruturação produtiva, produção de subcentros e desigualdades socioespaciais na Ride-DF. 2016. xix, 302 f. il. Tese (Doutorado em Geografia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Autor
Souza, Sergio Magno Carvalho de
Institución
Resumen
Nas últimas décadas, a reestruturação produtiva capitalista tem sido responsável pela reorganização dos espaços regionais, por meio da flexibilização na produção industrial e agropecuária, da emergência de novos centros de serviços e da integração econômica e financeira dos centros de gestão e controle do capital. Estas dinâmicas têm levado a modificações nos espaços regionais brasileiros, com o reforço aos centros tradicionais, a emergência de novas centralidades e o surgimento de novos espaços produtivos. Ao mesmo tempo, este processo tem suscitado tendências a uma fragmentação da malha ocupada e contribuído para o acirramento das desigualdades socioeconômicas internas às regiões. Na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno- Ride-DF, cuja gênese esteve ligada à transferência da Capital para o Centro-Oeste brasileiro, parecem ocorrer processos semelhantes. Assim, o objetivo desta pesquisa é compreender as modificações recentes na organização espacial da Ride-DF, sob o pano de fundo da reestruturação produtiva. Argumenta-se que essa dinâmica se manifesta historicamente a partir de três processos estruturantes: a expansão metropolitana de Brasília, a expansão da agropecuária moderna e a integração do eixo Brasília-Anápolis-Goiânia. Inicialmente o Estado promoveu a construção de Brasília com foco em seu papel de Nova Capital, sem grande atenção à área circunvizinha. Formou-se, assim, um espaço regional polarizado por um centro principal em construção e composto por municípios tradicionalmente voltados à agropecuária de subsistência. Numa segunda fase, de formação metropolitana e de implantação da agropecuária moderna, o Estado passa a ter uma política definida para a região de Brasília, cujo propósito era preservar o centro principal da pressão demográfica então existente. Como desdobramentos, o espaço regional estruturou-se em torno da metrópole brasiliense e da agropecuária moderna que se estabelecia a leste do Distrito Federal. Tal quadro levou a um processo que combinou a consolidação de Brasília como centro regional com a formação inicial de subcentros em municípios ligados à agropecuária tecnificada. Finalmente, no período mais recente, o Estado passou a atuar por meio de subsídios e inventivos a atividades privadas, relativizando a preocupação anterior em ordenar os processos no território da Capital. Esta nova postura estimulou a atuação tanto do capital imobiliário, na escala urbana e metropolitana, como do agronegócio, na escala regional. Como desdobramento, acentuou-se o papel de Brasília como centro metropolitano e regional, a emergência de subcentros e o acirramento das desigualdades socioespaciais.