Tesis
Acidentes por mordedura de cães domésticos em animais de produção em áreas rurais e semi-urbanas do Distrito Federal e Entorno
Fecha
2022-02-22Registro en:
GONZAGA, Mariana da Costa. Acidentes por mordedura de cães domésticos em animais de produção em áreas rurais e semi-urbanas do Distrito Federal e Entorno. 2021. 45 f., il. Dissertação (Mestrado em Saúde Animal) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Gonzaga, Mariana da Costa
Institución
Resumen
Mordeduras de cães em animais de produção são pouco notificados em áreas rurais e semi-urbanas no Brasil. Muitos animais são tratados na propriedade ou morrem logo após o ataque, o que leva a uma desassistência pelo médico veterinário, e com isso, os registros disponíveis dos ataques em rebanhos são incompletos ou inexistentes. Além disso, a literatura técnico-científica sobre o assunto foca apenas em uma espécie, os ovinos. O objetivo desse estudo foi analisar, de forma retrospectiva, os prontuários dos animais de produção atendidos no Hospital Veterinário de Grandes Animais da Universidade de Brasília no período de 11 anos (2010-2020). Para o levantamento do número de casos confirmados, foram considerados os achados clínicos, baseados na anamnese fornecida pelo proprietário, epidemiológicos, patológicos e terapêuticos de ovinos, bovinos, equinos, suínos e caprinos que sofreram mordidas provocadas por cães. Dessa análise foram identificados trinta e um ovinos, onze equinos, três bovinos, dois suínos e um caprino, totalizando quarenta e oito animais com lesões provocadas por mordeduras de cães. Esses casos corresponderam a prevalência de 1,06% (48/4510) de todos os atendimentos realizados no hospital, 3,82% (31/811) dos atendimentos da espécie ovina, 0,45% (11/2435) de equinos, 0,37% (3/809) de bovinos, 1,38% (2/144) de suínos e 0,43% (1/230) de caprino. Os ferimentos em múltiplas regiões do corpo corresponderam a maioria das lesões (24/48), seguido de lesões em cabeça e pescoço (10/48), membros (7/48), flancos/abdômen (3/48) e cauda/ânus (1/48). As lesões com dano vascular, ósseo e de órgão corresponderam a maioria dos casos (17/48), seguido pelas profundas com dano muscular (12/48) e superficiais (8/48). Dos casos identificados, 25% (12/48) foram acometidos por infecções bacterianas, mesmo com o uso de antibióticos sistêmicos e cuidados com as feridas. Trinta e cinco animais receberam alta médica e o tempo de internação variou de 2 a 135 dias (média 14 dias). Nove animais morreram e quatro foram submetidos a eutanásia. Os principais protocolos terapêuticos instaurados para o manejo desses pacientes foram a limpeza e desinfecção das feridas com soluções antissépticas; síntese e plástica das lesões, quando necessário, e uso de antibióticos sistêmicos isolado ou em associações de princípios ativos. Em conclusão, os achados no presente trabalho revelam que os ataques de cães domésticos em animais de produção são frequentes no Distrito Federal e entorno, poucos casos chegam em ambiente hospitalar, o que gera uma subnotificação desses incidentes.