Tesis
“RE-PARIR-SE” : sujeito político, engajamento e trajetórias militantes no Movimento de Humanização do Parto e do Nascimento no Brasil
Fecha
2021-04-14Registro en:
FONSECA, Luciana Nunes. “RE-PARIR-SE”: sujeito político, engajamento e trajetórias militantes no Movimento de Humanização do Parto e do Nascimento no Brasil. 2020. 302 f., il. Tese (Doutorado em Sociologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Autor
Fonseca, Luciana Nunes
Institución
Resumen
Esta pesquisa tem como objetivo compreender o processo pelo qual ocorreu o engajamento
militante no movimento de humanização do parto e do nascimento no Brasil, enfocando nas
trajetórias de atoras que impactaram na formulação e execução de políticas públicas. O problema
da pesquisa é retratado na seguinte questão: “Como se deram os processos e sentidos do
engajamento militante no movimento pela humanização do parto e do nascimento no Brasil,
sobretudo de mulheres que se tornaram formuladoras ou executoras de políticas públicas de
atenção ao parto e nascimento a partir de 2011?”. O estudo busca contribuir com um retrato mais
qualitativo da realidade, embora aportes quantitativos e estatísticos tenham sido necessários e
utilizados na construção do pano de fundo da pesquisa. Há uma preocupação com a
compreensão de significados, expressões coletivas e individuais, valores, motivos, aspirações,
desejos e atitudes, correspondendo a um espaço mais aprofundado das relações humanas e
dos fenômenos. Como procedimentos de coleta foram utilizados, principalmente, entrevistas em
profundidade com atoras do movimento, totalizando seis entrevistas, que ocorreram a partir da
abordagem da sociologia clínica. Os procedimentos de análise levaram em conta os dados
objetivos e subjetivos em relação dialética. Um dos resultados da pesquisa aponta que foram as
articulações entre os processos sociais e psíquicos que contribuíram para o engajamento
militante. Na sequência, aponta-se que foram as configurações dos conflitos psicossociais que
desafiaram e confrontaram as participantes desta pesquisa, em suas dinâmicas de promoção e
regressão sociais proporcionadas pela militância. Além disso, ficou evidente que a militância
proporcionou a construção identitária entre profissionais de saúde dissidentes e a ressignificação
da experiência de insulamento vivenciada por várias delas. Por último, aponta-se que foi por
meio do discurso do parto humanizado que as mulheres foram lutando por reconhecimento,
autonomia e singularidade. Esse modo de fazer política está alinhado à proposição de recusa à
uma identidade única e determinada (a mulher no singular).