Tesis
Volume e biomassa lenhosa de um Cerrado sensu stricto monitorado por 27 anos após intervenções silviculturais
Fecha
2020-05-20Registro en:
AZEVEDO, Gileno Brito de. Volume e biomassa lenhosa de um Cerrado sensu stricto monitorado por 27 anos após intervenções silviculturais. 2017. xvii,, 94 f., il. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Azevedo, Gileno Brito de
Institución
Resumen
O manejo sustentável da vegetação do cerrado para a produção de produtos madeireiros, constitui uma alternativa de exploração ao desmatamento e permite a obtenção de renda, mantendo as funções ecossistêmicas da vegetação. Entretanto, pouco se conhece sobre o crescimento e produção de volume de madeira e biomassa da vegetação lenhosa regenerada nessas áreas após a implantação de sistemas silviculturais. Esse conhecimento é fundamental para sua conservação, restauração e manejo, principalmente em face aos cenários de mudanças climáticas. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento e produção em volume e biomassa lenhosa aérea de um cerrado sensu stricto, após a implantação de sistemas silviculturais. Em 1988, dezoito parcelas experimentais (20 m x 50 m cada) foram submetidas a seis sistemas silviculturais, definidos com base em diferentes técnicas de corte, extração da produção madeireira e limpeza da área, seguido da regeneração natural. Desde então, a área encontra-se protegida de ações antrópicas, exceto a ocorrência de três incêndios florestais não planejados (1, 6 e 23 anos após o corte). A vegetação lenhosa presente na área, resultante do processo de regeneração natural, foi monitorada em oito ocasiões: 8, 10, 12, 14, 17, 20, 23 (antes do incêndio) e 27 anos após o corte. Os indivíduos lenhosos com diâmetro tomado a 0,30 m do solo, igual ou superior a 5 cm tiveram seu diâmetro e altura registrados e foram identificados botanicamente. Os dados obtidos foram utilizados para realizar a modelagem do crescimento e produção do volume e biomassa. Também foram utilizados para avaliar as mudanças ocorridas ao longo do tempo na estrutura da comunidade e das principais espécies que ocorrem na área. Os sistemas silviculturais influenciaram no volume e na biomassa da vegetação lenhosa regenerada, com tendência de recuperação mais lenta de sua produção nas áreas com intervenções silviculturais mais intensas. Esses estoques foram estimados a partir da área basal do povoamento, que foi indicada na análise de trilha como a variável com maior efeito direto sobre essas variáveis. O período avaliado foi suficiente para o cerrado estudado recuperar sua densidade de indivíduos, área basal, volume e biomassa para níveis superiores aos da implantação dos sistemas silviculturais e aos de áreas sem intervenções. As projeções realizadas a partir dos modelos ajustados indicam que, caso não tivesse ocorrido o incêndio, os valores máximos de incremento médio anual de volume de madeira (~1,8 a 2,0 m³ ha-1 ano-1) e de biomassa (~0,9 a 1,1 Mg ha-1 ano-1) ocorreriam entre 23 e 27 anos após o corte, sendo esse período variável entre os sistemas silviculturais. A rotação de corte que permite a máxima produtividade de madeira (24 a 26 anos) não foi suficiente para recuperar a estrutura original da comunidade e das principais espécies. Os incêndios florestais afetam negativamente a produção volumétrica e os estoques de biomassa na área, e transforma o cerrado em uma fonte de emissões de CO2 para a atmosfera.