dc.description.abstract | A presente pesquisa é um estudo sobre as competências linguística, comunicativa e
interacional de alunos do Ensino Médio e sobre as ações de estabelecimento de hierarquização
sociolinguística na sala de aula em uma escola pública localizada em Ceilândia – DF, com foco
no conhecimento da variação linguística e na consciência sobre ela nas aulas de Língua
Portuguesa como meios de ampliação dessas competências. Tem o objetivo de verificar como a
conscientização sobre a variação linguística colabora com a ampliação das referidas
competências em alunos do 3o ano do ensino médio público e como a consciência sobre tal
fenômeno interfere em suas relações sociais mediadas pela linguagem. Esta pesquisa apresenta
como eixo teórico norteador a Sociolinguística, sobretudo em sua vertente educacional, tomando
como base para direcionar nossas reflexões os trabalhos de Bagno (2002; 2003; 2007; 2015;
2017), Bortoni-Ricardo (2004; 2005; 2008; 2014), Erickson (1987), Hymes (1972;1986), Labov
(2008), Mollica (2010), OCEM (2006), Scherre (2005), Travaglia (2008), Young (2008), entre
outros. A metodologia adotada é de base qualitativa interpretativista apoiada em métodos da
etnografia para a geração dos dados e utiliza como técnicas a observação participante,
anotações de campo e realização de entrevistas semiestruturadas com os alunos e o professor
de Língua Portuguesa. A partir da análise dos dados, constatamos que a sala de aula pesquisada
apresenta variação linguística diatópica, em virtude de os estudantes provirem de regiões
distintas como Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, ou descenderem de nordestinos, nortistas,
centro-oestinos e sudestinos. A ideologia linguística é muito presente na sala de aula e faz com
que alguns estudantes nascidos no DF apresentem comportamentos intolerantes com os dialetos
dos colegas, sobretudo com o dos baianos. A relação interacional que se dá entre os discentes
é de hierarquização em que os alunos nascidos no DF se veem em posição de superioridade em
relação aos colegas baianos e mineiros. O professor colaborador da pesquisa demonstra ter
conhecimentos sobre os construtos teóricos sociolinguísticos e trabalha a variação linguística
por meio de textos, atividades, vídeos, poesia, explicações, porém, de forma pouco exploratória.
Constatamos que o professor não atenta substancialmente para a variação linguística em sala
de aula, e apresenta uma visão sobre a variação linguística em classe com alguns vestígios
ideológicos, entendendo que os alunos devem se aproximar ao máximo da variedade culta da
língua, e que aqueles que vêm de outras regiões abrem mão dos seus dialetos em detrimento
do dialeto local, para se adequarem e serem aceitos pelos grupos de alunos nascidos no DF por
considerarem seus dialetos inferiores. | |
dc.rights | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | |