Tesis
Estrutura genética fina das raças brasileiras de cavalos
Fecha
2021-08-30Registro en:
NOGUEIRA, Marcelo Bchara. Estrutura genética fina das raças brasileiras de cavalos. 2021. 128 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Animais) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Nogueira, Marcelo Bchara
Institución
Resumen
O Brasil conta com diversas raças de animais domésticos de variadas espécies, dentre elas, os cavalos (Equus caballus). Utilizando marcadores SNPs (Polimorfismos de Nucleotídeo Único), é possível gerar uma grande quantidade de informações genotípicas em pouco tempo e com alta taxa de repetibilidade e confiabilidade. Amostras de sangue de 285 cavalos de 8 raças naturalizadas (Baixadeira, Lavradeira, Marajoara, Puruca, Campeira, Crioula, Mangalarga Marchador e Pantaneira) e 2 exóticas coletadas no Brasil (Árabe e Puro Sangue Inglês) foram analisadas, visando a identificação da existência e caracterização da estrutura e composição genética dentro e entre raças localmente adaptadas de equinos e seus possíveis fundadores. A estes animais, foram agregados dados genotípicos de 165 amostras de 7 raças exóticas, com o objetivo de correlacionar e comparar com as raças naturalizadas brasileiras. Com base nos dados genotípicos do GGP Equine SNP70 BeadChip (Geneseek-Neogen, 65.157 SNPs), estimamos os parâmetros básicos de diversidade, distância genética (FST e Nei), análise de componentes principais (PCA), análise de variância molecular (AMOVA) e análise de estrutura populacional (ADMIXTURE). Dentre as raças de equinos naturalizadas brasileiras, o Pantaneiro chama a atenção, devido a suas características adaptativas. O Pantaneiro foi utilizado como modelo estudo de caso de raça naturalizada brasileira para avaliar a caracterização, estrutura e diversidade genética, assim como sua distribuição. Amostras de sangue de 116 cavalos Pantaneiros foram divididas em populações com base em seus locais de coleta e analisadas objetivando a identificação de existência e caracterização da estrutura genética dentro e entre si. Foi feita a comparação entre as populações para melhor elucidar questões de variabilidade genética e diferenciação, assim como avaliar o impacto das barreiras geográficas do Pantanal no fluxo gênico entre as populações. Foi realizado o Teste de Mantel, visando investigar a correlação entre a distância genética e geográfica das populações. O painel de marcadores utilizado no presente estudo se mostrou eficiente na elucidação da caracterização e estrutura genética dentro e entre as raças naturalizadas brasileiras analisadas e seus possíveis fundadores. Não foi observada correlação entre distância geográfica e genética nas análises envolvendo os Pantaneiros, indicando que as barreiras apresentadas pelo ecossistema do Pantanal não impedem o fluxo gênico entre as populações. Além disso, os resultados encontrados podem, potencialmente, ser utilizados na otimização de programas de conservação dessas raças, além de ajudar a traçar uma estratégia de implementação das mesmas em programas de melhoramento de raças comerciais de equinos mundialmente difundidas.