Tesis
Metáforas no país do espectro autista : um caso de ensino e aprendizagem de língua estrangeira
Fecha
2018-04-20Registro en:
LEITÃO, Alex Bezerra. Metáforas no país do espectro autista: um caso de ensino e aprendizagem de língua estrangeira. 2017. xviii, 151 f., il. Dissertação (Mestrado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Leitão, Alex Bezerra
Institución
Resumen
O estudo relatado neste trabalho de dissertação tem por objetivo revelar o resultado de investigação sobre metáforas linguísticas e conceituais produzidas por um estudante do espanhol como língua estrangeira que apresenta laudo médico de Transtorno do Espectro Autista. A pesquisa foi desenvolvida no âmbito da Teoria da Metáfora Conceitual, elaborada primordialmente por Lakoff e Johnson (1980) e expandida, subsequentemente, por Kövecses (2005, 2010), em relação à variabilidade cultural, e por Cameron (2003), Carvalho (2006), Ortiz Alvarez (2011), Unternbäumen (2011), Sousa (2014), entre outros autores. Além disso, a investigação apresenta e analisa a competência comunicativa (CHOMSKY, 1970; HYMES, 1972; CANALE e SWAIN, 1980; UNTERNBÄUMEN, 2015) do participante de pesquisa, a fim de expor características relacionadas à constituição de sua linguagem, a partir do modelo dinâmico e heterárquico proposto por Almeida Filho (1993, 2013). Por fim, o estudo realizado apresenta questões concernentes ao Transtorno do Espectro Autista (TAFURI, 2003; BELISÁRIO FILHO e CUNHA; GARCIA e MOSQUERA, 2011) e busca compreender a relação entre a Teoria da Mente (BARON-COHEN, 1989; CAIXETA e NITRINI, 2002; TONELLI, 2009) e os sintomas do espectro. Para tanto, o estudo de caso de caráter interpretativista (NUNAN, 2010; CHADDERTON e TORRANCE, 2015) é adotado no contexto de pesquisa (MOURA FILHO, 2005) do Centro Interescolar de Línguas de Brasília, com o objetivo de coletar dados para a construção da História de Vida Tópica (STAKE, 2011) do participante de pesquisa. Os instrumentos utilizados para coleta de dados são a análise documental (FLICK, 2009) da expressão oral e da produção escrita do estudante, entrevistas semiestruturadas (ARNOLDI, 2006) e notas de campo (FETTERMAN, 1998) das minhas observações. Para análise de dados, são adotados os pressupostos da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011) com a intenção de fazer a triangulação dos dados (GOMES et al., 2010). Os resultados da pesquisa apontam que o participante de pesquisa compreende e produz metáforas estruturais e orientacionais, de base conceitual mais concreta e primária, porém apresenta dificuldades no entendimento e na produção de metáforas ontológicas e complexas, cuja constituição é mais abstrata e corporeamente mais heterogênea. Nessa conjetura, fica evidente que a constituição da linguagem metafórica do aprendiz reflete, diretamente, na formação da sua Competência Comunicativa. Em relação à (sub)competência linguística, por exemplo, o aluno demonstra facilidade na compreensão e no uso de regras e de estruturas gramaticais da língua espanhola; no entanto, a sub(competência) interacional discursivotextual do estudante é marcada por dificuldades de previsibilidade do comportamento e da intencionalidade do seu interlocutor, conforme preceitua a Teoria da Mente. Diante disso, o trabalho apresentado busca fazer mapeamento das estratégias de ensino e de aprendizagem que podem favorecer no aumento da capacidade empática de alunos com sintomas do Espectro Autista, contribuindo para os processos de inclusão escolar e social e para a diminuição de barreiras atitudinais, a fim de construirmos uma sociedade mais justa, solidária e sem preconceitos.