| dc.description.abstract | Neste trabalho investiga-se a possibilidade da tolerância como recurso para promover a inclusão e a participação de todos os indivíduos ou grupos na sociedade democrática. Para tanto busca-se na literatura atual a análise do conceito de tolerância, seus requisitos
básicos, seus limites, assim como verificando sua função e seu lugar na sociedade democrática, para determinar sua viabilidade para inclusão social democrática. São
abordados os pressupostos para uma sociedade democrática, o entendimento sobre o
conceito de tolerância, seus limites e, após a análise conceitual, reflete sobre a sua aplicabilidade como viabilizadora da inclusão. Durante as pesquisas constatou-se que as discussões da modernidade manejaram o conceito no sentido religioso, uma vez
constatado nesse campo a flagrante falta de tolerância e no século XIX, a aplicação do conceito foi ampliando-se para as diversas áreas da atividade social. Nas sociedades onde prevalece a democracia moderna, entende-se o poder do Estado legitimado pelo
exercício de participação dos indivíduos na tomada de decisões naquilo que lhes afeta. Conforme as abordagens consultadas sobre o conceito de tolerância, verificou-se que ela é exigida em situações que envolvem multiplicidade de opiniões em virtude da diversidade
cultural presente na sociedade, onde a vontade da imposição sobre o outro precisa ser freada pelo reconhecimento e respeito às opiniões diversas. Para que isso seja possível, o modelo de democracia necessita seguir pela abordagem deliberativa e argumentativa
de modo a evitar o uso do poder para imposições verticais da vontade de alguns sobre os demais. Disso resulta que a tolerância parece viável para a prática inclusiva, mas requer limites e habilidades para concessões mútuas. | |
