dc.description.abstract | Nas últimas décadas, houve um aumento de casos de ceratites
infecciosas, principalmente devido ao manuseio incorreto das lentes de contato e
produtos envolvidos em sua manutenção, que podem servir como fonte de diversos
microrganismos patogênicos, como bactérias, fungos, protozoários e vírus. Na busca
pela melhoria do diagnóstico de casos de ceratites infecciosas, visando o
diagnóstico precoce e específico, como também a prevenção de casos de infecções
corneanas, o presente trabalho teve por objetivo prestar atendimento e orientação a
pacientes atendidos em ambulatórios de oftalmologia de Hospitais de Florianópolis,
como também de pacientes atendidos em clínicas de oftalmologia, estudantes da
UFSC e óticas comerciais, oferecendo o serviço de diagnóstico de ceratite amebiana
e o monitoramento de estojos e soluções de limpeza de estojos de lentes de contato,
quanto à presença de patógenos oculares e a orientação dos cuidados com o uso de
lentes de contato. Entre maio de 2014 e fevereiro de 2017, aproximadamente
600 manuais de boas práticas de conservação dos estojos de lentes de contato
foram entregues a usuários de lentes de contato. Foram analisadas 162 amostras de
estojos de lentes de contato e 14 amostras clínicas de raspados de córnea de
pacientes com suspeita de ceratite amebiana. O isolamento bacteriano e fúngico foi
realizado em meios de cultivo específicos. Das 162 amostras de estojos de lentes de
contato, seis (3,7%) foram positivas para Acanthamoeba spp., 42 (26%) para fungos
e de 47 estojos analisados, 18 (38%) foram positivos para bactérias. Das amostras
clínicas, três foram confirmadas como infecção por Acanthamoeba spp. (genótipo T4
e T5), três casos de ceratite bacteriana e três por fungos. O estudo contribuiu para a
prevenção de casos de infecções oculares, disseminando conhecimento e
orientações para usuários de lentes de contato, além de diagnosticar precocemente
casos de ceratites propiciando a realização de tratamento específico | |