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As duas recepções de Delmira Agustini
Fecha
2016-08Autor
Machado, Jessica de Figueiredo
Resumen
Este trabalho faz parte de uma pesquisa que visa trabalhar a poeta uruguaia Delmira Agustini (1886-
1914), analisando a recepção de suas poesias. Agustini se enquadra no modernismo hispano-
americano. Contudo, a historiografia literária demorou a reconhecêla e foi somente com o trabalho
de Alberto Zum Felde, iniciado em 1921 (dez anos após sua morte) e reforçado em 1944, (ou seja, a
partir de uma leitura vanguardista) que passou a integrar o corpus dos estudos sobre o modernismo.
A partir disto, há um anacronismo, considerando que sua leitura e recepção são de fato motorizadas
pela vanguarda, antes do que pela mínima recepção durante sua curta vida. Assim haveria dois
momentos na recepção de Agustini, um modernista e um vanguardista. A primeira recepção
modernista, tinha a visão de Agustini como infantilizada. Na revista Rojo y Blanco, se publica uma
pequena nota antes da poesia da autora, que diz que “La autora de esta composición es una niña de
doce años (...)” (Rojo y Blanco, 1902, p. 16). Porém a autora tinha não doze, mas dezesseis anos
quando publicou nesta revista. Já a segunda recepção vanguardista tem sua figura principal com
Alberto Zum Felde, que faz uma espécie de extração dos poemas de acordo com uma seleção que
separa, em uma primeira parte, “lo mejor de su [de Delmira Agustini] creación poética”. Pretendese
aqui analisar as diferenças entre estas duas recepções de Agustini e esboçar algumas hipóteses para
explicar o interesse vanguardista nesta poeta.