dc.description.abstract | Estamos no momento iniciando uma pesquisa na qual analisaremos comparativamente letras do
gênero musical brasileiro forró e do argentino folklore. Essa seleção se deveu primeiramente à
observação de que muitas das letras desses dois gêneros apresentam locutores (DUCROT, 1984;
GUIMARÃES, 2002) ou personagens descritos como moradores de cidades grandes de cujo lugar
de origem rural, descrito de forma ufanista, sentem saudades. Consideramos que essa característica
comum está em grande medida associada a uma questão sóciohistórica semelhante no Brasil e na
Argentina: o aluvião migratório de interioranos que se mudaram para as grandes cidades de seus
respectivos países a fim de trabalhar como mãodeobra braçal durante as décadas de 1940 e 1950
(FAUSTO & DEVOTO, 2004), época em que esses gêneros começaram a ocupar lugar de destaque
na indústria cultural de seus países de origem (DÍAZ, 2009; SEVERIANO & MELLO, 2006). Com
base nessas constatações primordiais, decidimos selecionar letras desses gêneros compostas no
mencionado período no intuito de analisar comparativamente a descrição do lugar de origem, bem
como a expressão da saudade desses espaços, baseandonos especialmente nas pesquisas realizadas
nas áreas dos estudos discursivos (MAINGUENEAU, 2001/1997; AUTHIERREVUZ , 1990) e dos
culturais (HALL, 2000; BHABHA, 1998; MIGNOLO, 2003). Propomos nesta comunicação
discutir sobre alguns dos aspectos sóciohistóricos relacionados à estabilização desses dois gêneros
musicais que, desde o nosso ponto de vista, os plasmam como um material profícuo de análise
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