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A representação da desregulamentação em Flores, de Mario Bellatin
Fecha
2016-08Autor
Melo, Álvaro Mendes de
Resumen
O romance Flores (2001), do autor mexicano Mario Bellatin, permite a reflexão sobre a
representação da experiência humana na pósmodernidade. Tanto por seu aspecto aparente, em
função de ser uma narrativa elíptica constituída por 36 fragmentos cada um batizado com o nome
de uma flor, como pelo seu conteúdo representado, a temática do fragmentário e do informe se faz
presente. A narrativa em terceira pessoa conforma o descontinuo, instável e movediço, e este
universo caleidoscópico é passível de ser aproximado às definições sobre o pósmoderno de
Zigmunt Bauman em sua obra O malestar na pósmodernidade (1995), e de Pósmodernismo, lógica
cultural no capitalismo tardio (1999), de Fredric Jameson. A nossa hipótese é de que, o narrador em
terceira pessoa, apenas emitindo o que vê, sem estabelecer relações e continuidades, ao negarse a
dar sentido, a imagem de homem e mundo que faz surgir destes mosaicos narrativos podem ser
vistas como metáforas da condição humana na contemporaneidade, conforme buscaremos
demonstrar.