| dc.description.abstract | O objetivo desta pesquisa é entender como a punição, expressa através da privação de liberdade, está ligada à organização das relações sociais entre os indivíduos. Para embasar esse estudo, utilizarei a experiência de mediação cultural nas penitenciárias de Foz do Iguaçu, ocorridas dentro do contexto pandêmico, entre os anos de 2020 e 2021. Nesse sentido, minha pergunta de partida para essa análise é: que relação existe entre o grande contingente de pessoas pobres e negras encarceradas, o crescimento expressivo do encarceramento feminino e as estruturas de classe, raça e gênero? A fim de mediar esse debate, partirei, em primeiro lugar, do marco teórico da Teoria Marxista da Dependência (TMD) e dos feminismos que buscaram dialogar com o marxismo. Dentro dessa discussão, buscarei demonstrar como as estruturas de classe, raça e gênero são fundamentais para manter e reproduzir a dependência e, assim, a própria acumulação de capital. Em segundo lugar, para embasar esse debate político-teórico, apoiarei-me na experiência de participar do Direito à poesia, grupo de extensão da UNILA que trabalha literatura com pessoas encarceradas em Foz do Iguaçu. Mediante os diálogos e escritos que desenvolvemos com esses grupos, foi possível acessar parte de suas histórias e as vivências do cárcere. Dessa forma, ao final deste trabalho, espero poder traçar um diálogo entre o debate político-teórico acerca das relações sociais entre os indivíduos no capitalismo dependente brasileiro e as reflexões advindas da troca de experiências com pessoas em privação de liberdade. | |
