Tese
Atmospheres of Immersion: Designing and Experiencing in Architecture and Virtual Reality
Fecha
2021-10-28Autor
Guilherme Nunes de Vasconcelos
Institución
Resumen
Essa pesquisa investiga a produção e a experiência da imersão em arquitetura e realidade virtual (VR), com o objetivo de desvelar os efeitos cognitivos da VR e compreender por quais motivos essa tecnologia ainda é subutilizada pelos arquitetos para projetar. Esse estudo se aproxima da cognição pela perspectiva enativista, assumindo que a cognição não se restringe apenas ao cérebro de um sujeito, mas se estende por todo o organismo, incluindo o acoplamento sensório-motor do organismo com o ambiente. A imersão é abordada a partir do ponto de vista da fenomenologia, priorizando, sempre que possível, as experiências em primeira mão do autor. Alguns dos aspectos teóricos que emergiram durante a pesquisa foram investigados por meio da prática, seja por meio de experiências imersivas de terceiros, seja pela produção de dois ‘estudos práticos’ desenvolvidos para a tese. Os conceitos de tecnologia e imersão foram estudados para avaliar a pertinência do termo ‘tecnologias imersivas’ e para fundamentar teoricamente a possibilidade de uma ‘arte da imersão’. A experiência de imersão em arquitetura e VR é analisada, chegando ao conceito de atmosfera como um possível território comum às experiências. A noção de representação, por sua vez, guia a discussão sobre a produção da arquitetura. A relação entre corpo e representação arquitetônica também é investigada, desvelando como a eficiência tornou-se cada vez mais um padrão, implicando a redução dos aspectos subjetivos e o desengajamento do corpo durante o projetar. O estudo mostra que os softwares disponíveis para o desenvolvimento de experiências imersivas em VR são ou muito complexos, demandando o desenvolvimento de habilidades que não são usualmente parte do domínio dos arquitetos, ou muito limitados, restringindo a experimentação. A análise da percepção da imersão e da atmosfera revelou aspectos subjetivos relacionados à instrumentalização da imaginação dos arquitetos, dificultando a percepção de usos alternativos para a VR. Por fim, argumenta-se que o potencial mais significativo da VR para os arquitetos relaciona-se às atmosferas improváveis que essa tecnologia pode trazer à presença, permitindo que os arquitetos experimentem e sejam afetados por espacialidades que não são apenas uma reprodução digital da aparência e/ou do comportamento de um ambiente físico.