Artigo de Evento
Da união monetária europeia à crise do euro: um debate a partir da teoria cartalista da moeda
Fecha
2016Autor
Patrícia Nasser de Carvalho
Institución
Resumen
No auge da crise econômica europeia, em setembro de 2011, completou cinquenta anos que o ensaio do economista canadense, Robert Mundell, sobre a Teoria das Áreas Monetárias Ótimas (AMO) foi publicado. Mundell argumentou, em síntese, que para a realização de uma união monetária, os trabalhadores e os capitais deveriam estar aptos a se mover dentro das fronteiras da maneira mais livre possível. Além disso, a sua teoria previa que as taxas de câmbio fixas seriam mais apropriadas para áreas intimamente integradas por meio de trocas comerciais. No atual contexto de crise econômica da zona do euro, na qual aparentemente as condições admitidas por Mundell encontram mais dificuldades, os políticos europeus vêm apresentando propostas para maior coordenação entre as suas políticas econômicas sem muito sucesso. Neste sentido, a proposta deste trabalho é debater a Teoria AMO e inseri-la dentro deste contexto de crise que a Europa vive. Entende-se que a Teoria AMO é limitada em sua capacidade de explicar a
integração monetária europeia e a crise do euro, em particular, porque está pautada na teoria metalista da moeda. Defende-se aqui a tese de que outra concepção de moeda, baseada na abordagem cartalista, é mais consistente para a compreensão da fragilidade fundamental da AMO e, consequentemente, da crise zona do euro.