Tesis
Expansão do crédito e inflação no Brasil : uma análise econométrica
Fecha
2017-01-29Registro en:
ALMEIDA, Dayson Pereira Bezerra de. Expansão do crédito e inflação no Brasil: uma análise econométrica. 2016. 79 f., il. Dissertação (Mestrado em Economia e Gestão do Setor Público) — Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Autor
Almeida, Dayson Pereira Bezerra de
Institución
Resumen
Esta pesquisa investigou, para o caso do Brasil, os impactos sobre a inflação derivados do aumento no volume de crédito concedido pelo sistema financeiro, diante da sensível ascensão no saldo das operações dessa natureza observada nos últimos anos. A recente expansão creditícia apresentou-se como uma das medidas que conformaram a chamada “Nova Matriz Macroeconômica” – política que se sucedeu ao regime caracterizado pelo tripé macroeconômico (austeridade fiscal, livre flutuação cambial e metas para a inflação). Por seu turno, a teoria do canal do crédito ressalta o potencial do crédito como um mecanismo amplificador dos efeitos de alterações no mercado monetário sobre a economia real, tanto pela via do canal dos empréstimos bancários (bank lending channel), quanto por meio do canal do balanço dos devedores (balance sheet channel). Tendo em conta referidos fundamentos teóricos e a evidência empírica de existência e funcionamento do canal de crédito no Brasil, ao lado da mencionada elevação no nível de crédito na última década, lançou-se mão de um modelo irrestrito de correção de erros (UECM) – fazendo uso de dados trimestrais de setembro de 1999 a setembro de 2015 – para testar a hipótese de cointegração entre as séries temporais de crédito e inflação, incluindo-se outras variáveis relevantes para a análise do equilíbrio de longo prazo. Estimou-se, ademais, modelo vetorial de correção de erros (VECM) para exame das funções resposta-impulso e da decomposição da variância dos erros de previsão, buscando descrever a dinâmica de curto prazo do relacionamento entre as variáveis. Os resultados indicam que, no curto prazo, uma perturbação positiva no crédito relaxaria parcialmente a restrição de liquidez, possibilitando um aumento do nível de despesas de firmas e famílias, o que estimula a demanda agregada e eleva o hiato do produto, de modo que elevações no volume de crédito têm impacto positivo e significante sobre a inflação. Para o longo prazo, as evidências obtidas sugerem que um aumento no nível de crédito acarreta pressões inflacionárias, confirmando, para o país, o caráter nocivo de excessos na política creditícia. Resultados adicionais apontam que o crédito reage negativamente a uma elevação na taxa básica de juros da economia – conforme previsões teóricas –, e sinalizam certa leniência da política monetária sob a égide da “Nova Matriz Macroeconômica”, dado que a taxa Selic não respondeu com a tempestividade e magnitude necessárias aos movimentos inflacionários provocados pela aceleração no volume de crédito ofertado na economia.