Tesis
Caraterização petrográfica, geoquímica e isotópica do sieníto de uruana e suas implicações sobre a gênese do magmatismo sin-tectônico da faixa Brasília
Fecha
2017-01-11Registro en:
SANDOVAL, Sergio Andres Reyes. Caraterização petrográfica, geoquímica e isotópica do sieníto de uruana e suas implicações sobre a gênese do magmatismo sin-tectônico da faixa Brasília. 2016. 84 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Autor
Sandoval, Sergio Andres Reyes
Institución
Resumen
A Faixa Brasília é um grande cinturão Neoproterozóico que se localiza na parte central do Brasil e é constituído pelas seguintes unidades morfotectônicas (I) uma espessa sequência de rochas sedimentares e metassedimentares Neoproterozoicas, (II) O bloco arqueando Goiás (IV) complexo granulítico Anápolis-Itauçu, e (IV) Arco magmático Neoproterozóico de Goiás. A parte central e sul da Faixa Brasília se caracteriza pela presença de um extenso magmatismo sin- a pós-colisional. O sienito Uruana é um complexo intrusivo composto principalmente por um corpo quartzo sienítico elipsoidal que mede 20x7 quilômetros e está alongado na direção E-W, um corpo alongado na direção NW-SE e alguns stocks subordinados de composição álcali-feldspato sieníticas que afloram a norte do corpo principal e têm até 1 quilômetro de diâmetro, Todos os litotipos do sienito de Uruana apresentam deformação proto-milonítica a milonítica e uma paragênese metamórfica de xisto verde, Esses intrusivos preservam algumas texturas e minerais primários. Os quartzo sienitos representam a principal litologia do corpo principal e se caracterizam por ter uma textura porfirítica definida por fenocristais centimétricos de microclínio envolvidos por matriz fanerítica composta principalmente por edenita, flogopita, k-feldspato quartzo e plagioclásio. Os quartzo sienítos se caracterizam pela presença de enclaves microgranulares (EM) que têm composições que desde granodiorítica até quartzo sienítica e são representados por uma paragênese mineralógica de microclínio, edenita, pargasita, flogopita e em menores quantidades de diopsídio plagioclásio e quartzo. A parte norte do corpo principal é interceptada por diques sin-magmáticos de composições que variam desde ultramáficas a intermediarias. Os diques ultramáficos são principalmente constituídos por flogopita, diopsídio e menores conteúdos de álcali feldspato. Os diques intermediários apresentam uma paragênese mineral similar ao quartzo sienito hospedeiro que é representada minerais essências de álcali felsdpato, anfibólio, flogopita e menores quantidades de quartzo e plagioclásio. Os stocks subordinados são principalmente constituídos por álcali-feldspato sienitos. Mostram textura porfirítica definida por fenocristais de tamanhos centimétricos de microclínio e micro-fenocristais de diopsídio e augita imersos em matriz microfanerítica de k-feldspato, biotita e em menor conteúdo de quartzo e plagioclásio. O sienito de Uruana se caracteriza geoquimicamente por ter ampla variação em SiO2 (45.08 -67.12%) alto conteúdo de K2O (2.25 -8.62 %), altas razões de K2O/Na2O (1.42-4.46), altos enriquecimentos em LIlLE (Ba=270-5897 ppm; Sr=294-2185 ppm) e em terras raras leves (LREE). Características geoquímicas indicam que as rochas do sienito de Uruana têm afinidade potássica a ultrapotásica. Os quartzo sienítos têm assinatura potássica, os diques ultramáficos têm assinatura lamproítica, enquanto os álcali-feldspato sienito têm assinatura minettica e os diques e MMes são rochas ultrapotássicas transicionais. Os quartzo sienitos e os EM tem valores de εNd que variam entre 9.06 -+0.22. Características geoquímicas e isotópicas do Sienito Uruana sugerem que os magmas geradores destas rochas, foram derivados da fusão parcial do manto litosférico heterogêneo metassomatizado com pequenos aportes do manto astenosférico. Idades de U-Pb em zircão indicam que o sienito de Uruana se cristalizou em 614.7±3.1 Ma, essa idade é contemporânea ou pouco mais jovem com o do pico metamórfico da orogenia Brasiliana na porção central da Faixa Brasília, sugerindo que a fusão parcial do manto continental litosférico metassomatizado e o manto astenosférico ocorreu num contexto sin a pós colisional associado a delaminação litosferica. Este processo permitiu a ascensão do manto astenosférico que causou a fusão parcial de pequenas porções do manto astenosférico, por descompressão adiabática e ao mesmo tempo gerou uma anomalia térmica que deu origem a uma fusão extensiva do manto continental heterogêneo metassomatizado.