Tesis
Árvores e agricultores familiares do cerrado : uma análise do cultivo de espécies arbóreas em assentamentos de Mambaí e de Padre Bernardo (GO)
Fecha
2016-11-08Registro en:
DOURADO, Barbara Fellows. Árvores e agricultores familiares do Cerrado: uma análise do cultivo de espécies arbóreas em assentamentos de Mambaí e de Padre Bernardo (GO). 2016. 98 f., il. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Autor
Dourado, Barbara Fellows
Institución
Resumen
O Cerrado é um bioma que possui grande biodiversidade e é berço de grandes bacias hidrográficas. Mesmo com toda essa importância, o bioma perdeu uma grande parte das suas áreas de vegetação nativa. Com o intuito de aumentar as áreas com presença de árvores nas propriedades familiares rurais são realizados projetos para promover o plantio de árvores e incentivar a utilização da biodiversidade nativa; porém, alguns desses projetos não alcançam os objetivos desejados. Para verificar como ocorrem os cultivos pelos agricultores que participaram de projetos, e também pelos que não participaram, foram selecionados três assentamentos que participaram de projetos de incentivo ao cultivo de árvores. Para conhecer os cultivos de árvores foram realizadas entrevistas, um mapeamento participativo em imagem de satélite e um questionário com 20 agricultores. Essas metodologias foram utilizadas para identificar as características dos cultivos de árvores pelos agricultores familiares, como a riqueza de árvores cultivadas por eles em seus lotes, as unidades de cultivo de árvores e as características dos agricultores separados por grupos de riqueza de espécies e área ocupada com os cultivos arbóreos. Foi verificado que os agricultores cultivam as árvores em 5 diferentes unidades de cultivo, que são espaços com função e estruturas próprias. Foram identificadas 78 espécies cultivadas pelos agricultores, sendo 38 espécies nativas do Cerrado. As principais árvores cultivadas nos lotes foram a mangueira, o pequizeiro, a laranjeira, o abacateiro e o cajueiro, demonstrando uma preferência por árvores frutíferas. Algumas características dos agricultores pareceram influenciar nos cultivos de árvores, como o tempo no lote, a idade, o trabalho assalariado e o gênero. A principal diferença entre os agricultores que participaram dos projetos e os que não participaram foi na riqueza de espécies; porém, dentre os cinco agricultores que tiveram a maior área e maior riqueza cultivada, apenas um fez parte do projeto. A não adoção das técnicas ensinadas nos projetos pode estar associada a ausência de análise prévia dos cultivos e árvores adotados pelos agricultores.