Tesis
Pupilometria dinâmica e reação à pilocarpina em pacientes com Doença de Chagas
Fecha
2016-11-07Registro en:
VARGAS, Diva Bernardes. Pupilometria dinâmica e reação à pilocarpina em pacientes com Doença de Chagas. 2016. xiv, 105 f., il. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Autor
Vargas, Diva Bernardes
Institución
Resumen
Introdução: Investigou-se possível desenervação parassimpática ocular na doença de Chagas crônica. Sabe-se que muitas manifestações da doença de Chagas são por danos ao sistema nervoso parassimpático cardíaco e mioentérico. Considerando que a inervação efetora pupilar é feita pelo sistema nervoso simpático e parassimpático e que a pressão intraocular é em parte influenciada por eles, realizaram-se medidas pupilares e da pressão intraocular para investigar danos ao sistema colinérgico ocular em pacientes com doença de Chagas. Métodos: Foram constituídos 02 grupos, sendo um grupo com 80 pacientes chagásicos e um grupo comparativo com 76 participantes saudáveis. Realizou-se pupilometria, teste de hipersensibilidade a pilocarpina 0,125% e medida da pressão intraocular (PIO). Mediu-se o diâmetro basal da pupila (DBP), a amplitude de constrição pupilar absoluta (ACA) e relativa (ACR) e o diâmetro pupilar após pilocarpina 0,125%. Pesquisou-se anisocoria e analisou-se a associação dos parâmetros com o tempo de diagnóstico e com a realização ou não do tratamento específico. Resultados: A prevalência de anisocoria foi significativamente (p < 0,01) maior em pacientes chagásicos do que em não chagásicos. Não houve associação entre as medidas pupilares e o tempo de diagnóstico ou realização de tratamento específico. Os pacientes chagásicos apresentaram valor médio do DBP (p < 0,01), valor médio do diâmetro fotópico (p = 0,02) e valor médio da ACA (p < 0,01) significativamente menores do que os não chagásicos. A ACR não difere significativamente nos chagásicos dos não chagásicos (p = 0,39). A hipersensibilidade ocorreu em 10% dos chagásicos no olho direito e em 2,5% no olho esquerdo. O valor médio da PIO teve significância marginal (p = 0,06) entre os pacientes chagásicos e o grupo comparativo. Conclusão: Os dados sugerem que a análise pupilométrica e o teste de sensibilidade à pilocarpina podem ser um marcador para distinguir os pacientes com doença de Chagas com disfunção colinérgica. Tais medidas indicam que danos parassimpáticos em pacientes com doença de Chagas podem ocorrer no coração, no intestino, mas também no olho.