Tesis
Qualidade de vida relacionada à saúde em adultos no Distrito Federal
Fecha
2016-09-08Registro en:
ZIMMERMANN, Ivan Ricardo. Qualidade de vida relacionada à saúde em adultos no Distrito Federal. 2016. 103 f., il. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde)— Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Autor
Zimmermann, Ivan Ricardo
Institución
Resumen
Introdução: A qualidade de vida envolve uma complexa interação de fatores biológicos, econômicos, sociais, culturais e de estilos de vida. Sua estimativa pode nortear o planejamento, a avaliação e a implementação de tecnologias e políticas de saúde. Investigações de base populacional sobre esta temática ainda são escassas no Distrito Federal, Brasil. Objetivos: Revisitar os conceitos e métodos relacionados ao indicador de sobrevida com qualidade e estimar a qualidade de vida relacionada à saúde e fatores associados em adultos no Distrito Federal. Métodos: Para o primeiro objetivo, por meio de revisão da literatura, foram levantadas argumentações científicas para as seguintes questões em relação à sobrevida ajustada pela qualidade: quais os referenciais teóricos e seus pressupostos, quais as implicações das escolhas dos métodos e quais os impactos das diferentes perspectivas sobre os valores das preferências. Para o segundo objetivo, partiu-se de um estudo epidemiológico transversal de base populacional com adultos (18 e 65 anos) do Distrito Federal, realizado em 2012. Análises descritivas e multivariadas foram realizadas com modelos de regressão de Tobit a partir de dados da presença autorreferida de algumas condições clínicas, fatores sócio-demográficos e do instrumento EQ-5D. Resultados: O cálculo dos anos de vida ajustados pela qualidade é pautado na abordagem teórica das utilidades. Apresenta como pressupostos, dentre outros, a busca pela maximização dos benefícios em saúde e a utilidade em uma escala intervalar. Os valores de utilidade apresentam padrões de variações de acordo com o método utilizado. Valores obtidos dos pacientes tendem, geralmente, a ser maiores que da população geral. A utilidade média da amostra total de 1.820 adultos do Distrito Federal (idade média: 38,4 ± 12,6 anos) foi de 0,883 (IC 95%: 0,874 a 0,892), com 76,2% na faixa mais alta (de 0,8 a 1,0). As dimensões do EQ-5D com maior frequência de problemas moderados foram dor/desconforto (33,8%) e ansiedade/depressão (20,5%). Houve pouco relato de problemas graves (de 0,3% na mobilidade e cuidados pessoais a 3,1% na dor/desconforto). A análise ajustada identificou diferenças estatisticamente significativa da qualidade de vida em indivíduos com depressão, diabetes e hipertensão. Pertencer à classe econômica inferior, residir fora da região central do Distrito Federal e estar sem trabalho também se associaram à piores valores de qualidade de vida. Conclusões: Os anos de vida ajustados pela qualidade promovem o processo de avaliação e decisão em saúde, desde que considerados seus potenciais conflitos com a equidade e tendências de valores ligadas ao método e perspectiva adotados. No Distrito Federal, a qualidade de vida da maioria dos adultos pode ser considerada alta, porém afetada por condições crônicas, classe social, situação de trabalho e local de residência. As estimativas e fatores aqui identificados podem orientar intervenções que visem amenizar seus impactos.