Tesis
Dori Caymmi e o processo de ressignificação musical
Fecha
2016-07-30Registro en:
BIGONHA, Antonio Carlos Alpino. Dori Caymmi e o processo de ressignificação musical. 2015. 147 f., il. Dissertação (Mestrado em Música)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Bigonha, Antonio Carlos Alpino
Institución
Resumen
Nesta dissertação, proponho a hipótese de que o arranjo na música popular pressupõe a ressignificação da obra original. Este processo apresenta um indisfarçável viés hermenêutico e demanda processos cognitivos, uma vez que consiste na atribuição de novos significados à ideia do compositor, os quais, por sua vez, devem ser anteriormente percebidos e (re)conhecidos pelo arranjador. Nessa perspectiva, proponho que o arranjo musical deve ser tomando em sua acepção
mais genérica, antes de tudo, como uma forma de interpretação musical e será tão mais original quanto o arranjador, na qualidade de intérprete, conseguir distanciar-se da forma primeva elaborada
pelo compositor, sem, no entanto, descaracterizá-la. A partir da análise do trabalho do músico Dori Caymmi como arranjador afirmo que, no universo da música popular, a elaboração do arranjo de uma canção é atividade eminentemente interpretativa e espera-se que o arranjador expresse uma perspectiva estritamente pessoal da obra musical, por sua natureza, distinta da forma original. Essa proposição será iniciada com a definição de alguns conceitos como significação musical, interpretação e ressignificação. A seguir exemplifica-se a proposta de ressignificação mediante a
comparação entre os arranjos originais da canção “Cinema Paradiso”, de Ennio Morricone, e da “Aquarela do Brasil” de Ary Barroso, elaborado por Radamés Gnattali, e a interpretação das mesmas
obras musicais por Dori Caymmi, atestando a viabilidade dessa hipótese.