Tesis
Os inéditos-viáveis na e da formação continuada de professores que ensinam matemática nos anos iniciais da educação de jovens e adultos
Fecha
2016-07-04Registro en:
ALVES, Rejane de Oliveira. Os inéditos-viáveis na e da formação continuada de professores que ensinam matemática nos anos iniciais da Educação de Jovens e Adultos. 2016. 306 f., il. Tese (Doutorado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Autor
Alves, Rejane de Oliveira
Institución
Resumen
A tese apresentada é produto de uma investigação que teve como pedra angular o estudo dos inéditos-viáveis constituídos por professores que ensinam Matemática na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Os inéditos-viáveis e as situações-limite são categorias freireanas utilizadas no trabalho como elementos articuladores e provocativos da formação. Situação-limite diz respeito aos obstáculos e barreiras que interpõem na vida e no trabalho do sujeito; inédito-viável refere-se aos sonhos possíveis, à materialização desses sonhos. O pressuposto que rege as análises é que a constituição dos inéditos-viáveis propicia ao professor a construção de conhecimentos, a superação de situações-limite e a reorganização do trabalho pedagógico com a Matemática, o que pode ocorrer por meio da e na formação continuada. O cenário concebido para a formação continuada denominou-se círculos de investigação formativos − desenvolvidos em uma escola pública do Distrito Federal, com a participação ativa de seis professoras que ensinam Matemática nos anos iniciais da modalidade EJA. Nos processos formativos, a ação dialógica permitiu estudos, discussões e tomada de decisões por um coletivo de professoras, inscritas no movimento histórico de denúncia das situações-limite e anúncio de inéditos-viáveis. Nesse contexto, a epistemologia do conhecimento que dialoga com a relação e o ponto de tensão de tais elementos é a dialética. A estratégia investigativa tem características que se aproximam da pesquisa participante, e as participantes constituem um grupo coeso, articulado e comprometido político e pedagogicamente com a aprendizagem significativa que passa a ocupar um espaço privilegiado na pesquisa. O cerne da aprendizagem cuja contribuição teórica se filia este estudo foi de Ausubel (1968) e Vergnaud (2009). Os alinhavos conclusivos dessa investigação apontaram que a formação dentro da escola permitiu que as professoras desenvolvessem um trabalho coletivo, constituindo inéditos-viáveis que coincidiam substantiva e adjetivamente com a aprendizagem. Para dar conta de sua riqueza conceitual, realizamos uma análise qualitativa, organizando e reunindo elementos e conteúdos significativos em unidades de análises, que, de modo amplo, ficou assinalado como categoria do aprender. A aprendizagem significativa foi paulatinamente se configurando como um processo contínuo, construído por uma coletividade que se fortaleceu nas ações dialógicas em que se fez a opção por um trabalho na perspectiva da práxis. O resultado foi que as professoras construíram conhecimentos significativos a partir da utilização de situações-problema que permitiram a mobilização dos campos conceituais; estudaram e planejaram coletivamente as situações de aprendizagem envolvendo a conexão de saberes e as práticas de letramento, ampliando a concepção de Educação Matemática. Segundo as professoras, a superação do trabalho individual e solitário consistiu na potencialidade da formação, que, por esse motivo, denominaram de coordenações coletivas, porque oportunizou o diálogo e o trabalho articulado. Devido a essa característica, concluímos que a formação dentro da escola tornou-se um espaço fértil para a constituição dos inéditos-viáveis e de aprendizagens significativas e contínuas. O encorajamento do sujeito pelos pares favoreceu a autonomia, a criatividade e a criticidade para gerir os processos de aprender e ensinar Matemática, nas dimensões freireanas da ética, estética e política, inaugurando um movimento emancipatório na vida pessoal e profissional das professoras.