Tesis
Sapatilhando na blogosfera : narrando o processo de subjetividade e pronunciamento feminino
Fecha
2016-05-30Registro en:
SOUSA, Rita de Cácia Vieira Martins de. Sapatilhando na blogosfera: narrando o processo de subjetividade e pronunciamento feminino. 2016. 201 f., il. Tese (Doutorado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Autor
Sousa, Rita de Cácia Vieira Martins de
Institución
Resumen
Esse é um estudo que se propôs a contribuir com a discussão sobre a produção da subjetividade feminina em hipertextos virtuais, reunidos sob a forma de diário eletrônico e como se constrói o processo interativo/educativo na relação autor/leitor nesta produção. Tivemos como objetivo geral, discutir a produção da subjetividade feminina e seu caráter interativo/educativo, em hipertextos e hipermídias virtuais, ancoradas em diário eletrônico, e em que medida esta produção colabora para o pronunciamento da cidadania da mulher. A partir desse norte centramos o estudo nos seguintes aspectos: refletir sobre as diversas linguagens midiáticas das postagens hipertextuais dos diários e os recursos discursivos empregados para favorecer o contar de si (autor) para o outro (leitor); analisar, nas narrativas confessionais postadas, os pronunciamentos da autora\leitores e sua finalidade no processo de subjetivação de ambos os polos; analisar os comentários das leitoras, tanto das postagens confessionais quanto de cunho político do diário, para entender a dimensão educativa/intersubjetiva construída nesse intercâmbio e finalmente, analisar a semiótica das camadas verbais, visuais e sonoras que constituem os hipertextos e suas possibilidades de expressão simbólica do pronunciamento da subjetividade feminina. Para sustentar esse exercício de interpretação, dialogamos com teorias e seus teóricos, em uma perspectiva de roda de conversa ou círculo de cultura, porque entendemos a construção do conhecimento enquanto diálogo entre círculos humanos e rizomáticos. Desta roda participaram Deleuze e Guattari discutindo o processo de subjetivação, Bakthin e Paulo Freire refletindo conosco sobre a dialogia, círculos de cultura e pronunciamento no ciberespaço e Levy e Santaella voltando nossas lentes para a dimensão hipertextual e simbólica das postagens do blog Sapatilhando, fenômeno sobre o qual nos debruçamos para entender seu fluxo. Cartografamos o fenômeno e nos cartografamos com ele, abrindo novos territórios, novas linhas de ruptura, revoluções moleculares que não nos levaram a conclusões, mas a expansões do movimento de leitura do mundo. Entendemos que o processo de constituição do ser humano, é uma presença no mundo, com o mundo e com os outros. Isto se dá quando trocamos vivências, relatamos nosso sentir e possibilitamos a dialogia. Com isso, instauramos um genuíno processo educativo na perspectiva freireana. Na fala cotidiana responsiva, pratica-se uma pedagogia da pergunta. Esta possibilidade se amplia com as novas tecnologias midiáticas que instauram uma estética do fluxo, em um trânsito contínuo, em um devir. Cada vez que a palavra constitui a identidade daquele que escreve, mais ele busca outras linguagens para comunicar de si, não usando as linguagens como ferramentas desprovidas de sentido e significado. Quando se age em rede, construindo rizomas, o ser humano, pode contribuir para a construção de uma cidadania onde todos usufruam, a partir do acesso aos bens culturais, de uma prática de questionar mais abertamente seu destino. Esta relação se dá porque a linguagem é uma atividade de construção de sentido e isto abre um amplo espaço para a ação educativa, onde a troca de saberes é uma construção em que o sentido das palavras é disputado, revisto e repensado.