Tesis
Do estupro às flores : gênero e roteiros sexuais na situação de violência conjugal
Fecha
2016-05-09Registro en:
ASSIS, Rafael Gabriel. Do estupro às flores: gênero e roteiros sexuais na situação de violência conjugal. 2015. x, 143 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica e Cultura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Assis, Rafael Gabriel
Institución
Resumen
O presente trabalho apresenta artigos teóricos e empíricos, os quais contam com dados de dois estudos de caso. O objetivo da pesquisa foi identificar as construções e significações afetivo-sexuais que permeiam o exercício da sexualidade e analisar seu impacto na dinâmica de casais em situação de violência conjugal. Investigamos os roteiros sexuais, rituais conjugais e genogramas sexuais, para identificar as construções pessoais, geracionais e sociais que resultam em práticas e significações na conduta sexual dos casais. Investigamos também como as questões de gênero atravessam as experiências subjetivas, relacionais e afetivo-sexuais dos casais. Depois relacionamos as construções e significações afetivo-sexuais com as dinâmicas da violência conjugal, com vistas a compreender de que forma as práticas sexuais e as questões de gênero e poder atravessam essas dinâmicas. Os estudos de caso foram realizados com dois casais que procuraram atendimento psicossocial por conta de situação de violência conjugal com denúncia judicializada. Foram realizadas a construção do genograma familiar e genograma sexual dos casais e entrevistas semi-estruturadas para contemplar experiências de violência, casamento e sexualidade. O instrumento CTS-2 foi aplicado para acessar os dados de coerção sexual dos casais. Os resultados apontaram que as interações dos cônjuges – com a família ao longo da vida, como casal e com o estado depois da violência – constroem práticas e significações que influenciam representações, posições subjetivas e o contexto relacional da violência conjugal. Além disso, a violência sexual é ainda menos comunicada e inteligível que outras formas de violência conjugal, mas acontece com intenção do agressor e em contextos de poder e controle perpassados por dupla moral sexual, que posiciona diferentemente homens e mulheres.