Tesis
Avaliação da ação antiparkinsoniana do peptídeo Neurovespina no modelo murino da Doença de Parkinson
Fecha
2016-04-06Registro en:
CAMPOS, Gabriel Avohay Alves. Avaliação da ação antiparkinsoniana do peptídeo Neurovespina no modelo murino da Doença de Parkinson. 2016. 77 f., il. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Campos, Gabriel Avohay Alves
Institución
Resumen
A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa implacável e fatal, progressivamente debilitante e que causa uma série de prejuízos para os seus portadores, tanto econômicos quanto sociais e psicológicos. As principais características patológicas da DP são a degeneração de neurônios dopaminérgicos dos Núcleos da Base, em especial da Substância Negra (SN), e a presença de corpos de inclusão eosinófilos no citoplasma dos neurônios, os chamados Corpos de Lewy. A ausência de medicamentos aprovados para uso em humanos capazes de modificar a progressão da doença, somada aos efeitos adversos associados às terapias existentes, traz urgência no desenvolvimento tanto de novas ferramentas no estudo da DP quanto de novos tratamentos mais eficazes ou que modifiquem o curso da doença. Este trabalho teve como objetivo, portanto, avaliar a atividade antiparkinsoniana do peptídeo sintético Neurovespina, análogo a um peptídeo isolado de vespa social, no modelo murino da Doença de Parkinson por injeção unilateral intraestriatal da neurotoxina 6-OHDA. Foram utilizados ensaios para avaliar, após três administrações do peptídeo e durante 22 dias, o efeito de três diferentes doses da Neurovespina. Para tal finalidade, foram realizados os seguintes procedimentos: avaliação do comprometimento motor no equipamento RotaRod, avaliação sensório-motora no teste de remoção de fita, teste de rotações induzidas por apomorfina, além da marcação imunoistoquímica da enzima tirosina hidroxilase (TH) na região da SN (e da região VTA anexa à SN) e de projeções dopaminérgicas na região do estriado (Densidade Ótica estriatal). Avaliando-se o comprometimento motor dos animais por meio da aferição da latência de queda dos animais no aparelho RotaRod, o tratamento com Neurovespina nas doses de 7mg/kg e de 4mg/kg resultou em uma diminuição do comprometimento motor induzido pela administração de 6-OHDA, de forma persistente ao longo de todo o período experimental. Na avaliação sensitivo-motora, somente foi possível observar diferenças significativas do grupo Sadio e o tratado com 4mg/kg em comparação com o grupo Lesado no último dia de experimento. O teste de rotações induzidas por apomorfina demonstrou diferença significativa somente entre os controles Sadio e Lesado, além de uma leve diminuição na média de rotações do grupo tratado com 7mg/kg (não significativa). Na análise de neurônios THr remanescentes (porcentagem em relação ao lado contralateral) na SN, foi observada diferença significativa entre as médias do tratamento com 4mg/kg e o controle Lesado, indicando ação neuroprotetora do peptídeo em neurônios dopaminérgicos nessa dose. O mesmo, entretanto, não foi observado para a região VTA, tão pouco para a análise Densidade Ótica. Estes dados mostraram que a administração do peptídeo Neurovespina na dose de 4mg/kg foi capaz não só de diminuir a descoordenação motora gerada pela infusão intraestriatal de 6-OHDA como também foi capaz de proteger os neurônios dopaminérgicos da SN, se mostrando uma potencial ferramenta para o estudo da DP e potencial fármaco-modelo para o desenvolvimento de novas moléculas neuroativas.