dc.description.abstract | Observa-se, no cenário nacional e internacional, uma crescente preocupação em atender de forma diferenciada os alunos que se destacam por um desempenho superior, bem como em disseminar informações relativas às condições que favorecem o seu reconhecimento, desenvolvimento e expressão. Neste sentido, propostas educacionais vêm sendo implementadas e refletem políticas públicas que oferecem orientações para a ação, proporcionando apoio à educação do superdotado em distintos países. No Brasil, a legislação educacional vigente assegura o atendimento a alunos com altas habilidades, segundo suas necessidades e interesses. Dessa forma, o atendimento especializado a esses alunos tem sido uma modalidade cada vez mais adotada no sistema educacional brasileiro, em especial na rede pública, com a proposta de melhor compreender quem são esses alunos e como atendê-los de forma a promover o desenvolvimento de suas potencialidades. Desconstruir ideias estereotipadas e equivocadas a respeito dos superdotados além de conhecer o que caracteriza esses alunos constituem o primeiro passo para que eles recebam atenção e atendimento no sistema educacional. O objetivo desta pesquisa foi, portanto, descrever e analisar o perfil de alunos superdotados, a partir da consulta a dossiês dos participantes de uma sala de recursos do atendimento educacional especializado do Distrito Federal no período de 1999 a 2013. Utilizou-se, neste estudo, um delineamento exploratório quantitativo. Participaram 259 alunos superdotados, sendo 165 do gênero masculino e 94 do feminino, com idade média de 11 anos. Os dados foram obtidos mediante informações contidas no livro de registro dos alunos, ficha de indicação do aluno, ficha cadastral, questionário para família/diagnóstico inicial, Inventário de Estilos de Aprendizagem e Matrizes Progressivas de Raven. Os resultados apontaram prevalência de alunos do gênero masculino, bem como de alunos provenientes de escolas públicas e urbanas, no atendimento educacional especializado ao superdotado. Os achados revelaram ainda que mais alunos do sexo masculino foram indicados para as áreas de Exatas e Artes Plásticas, enquanto um maior número de alunas foi encaminhado para Artes Cênicas e Humanidades. O maior número de encaminhamentos à sala de recursos foi feito por professores do ensino regular e o tempo médio de permanência no atendimento foi de 2 anos e 8 meses. Observou-se predominância de primogênitos superdotados sem irmãos no atendimento. No que diz respeito à profissão das mães, as com maior frequência estavam relacionadas às atividades do lar, serviços básicos e magistério enquanto que os pais exerciam profissões envolvendo serviços básicos, técnicos e serviço público. A maioria dos participantes nunca foi reprovada nem submetida à aceleração escolar. Os estilos de aprendizagem mais mencionados pelos superdotados foram aula didática, instrução programada, discussão e ensino pelo colega. Habilidades de leitura e escrita foram adquiridas, em média, aos 5,5 anos de idade. A percepção de pais e professores quanto às características dos alunos superdotados foram semelhantes. Os participantes apresentaram, em média, desempenho correspondente aos percentis médio e superior em teste de inteligência. Os resultados desta pesquisa podem contribuir para o planejamento de novas estratégias de atuação de professores e psicólogos escolares em programas de atendimento aos alunos superdotados, bem como instigar reformulações quanto a diretrizes, estaduais ou municipais, norteadoras de programas e serviços, a par de políticas públicas federais em prol do superdotado. | |
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