Tesis
Acesso a medicamentos para hipertensão arterial sistêmica em Ceilândia : componente da promoção do uso racional de medicamentos
Fecha
2016-03-14Registro en:
SALGADO, Fabiana Xavier Cartaxo. Acesso a medicamentos para hipertensão arterial sistêmica em Ceilândia: componente da promoção do uso racional de medicamentos. 2015. 125 f, il. Tese (Doutorado em Ciências e Tecnologias em Saúde)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Salgado, Fabiana Xavier Cartaxo
Institución
Resumen
Introdução: As Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) representam as principais causas de morte no mundo. A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é a mais prevalente. O medicamento anti-hipertensivo constitui-se um importante meio de controle da doença e seu acesso deve ser assegurado. Este trabalho busca avaliar o acesso da população de Ceilândia a medicamentos para o tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica. Métodos: Estudo epidemiológico realizado por Inquérito domiciliar com delineamento transversal. Foram investigados perfil epidemiológico e socioeconômico, hábitos comportamentais, DCNT e a idade em que foram diagnosticadas. Verificou-se as dimensões de acesso a medicamentos anti-hipertensivos referentes a disponibilidade física, monetária, geográfica e de aceitabilidade encontradas pelos usuários hipertensos de Ceilândia. Resultados: O universo amostral foi de 400 indivíduos e a amostra de hipertensos de 140 (35%). A primeira morbidade a ser diagnosticada foi a HAS (43,08±12,3 anos), seguida da Diabetes Mellitus (DM) (50,0±12,9 anos), Dislipidemias (DLP) (50,3±14,9 anos) e a Artrite Reumatoide (AR) (51,5±14,4 anos). A avaliação do acesso aos medicamentos anti-hipertensivos sob a dimensão da disponibilidade física, revelou que os usuários encontraram dificuldades para aquisição em quase um terço das oportunidades e em alguns casos não obtiveram acesso gratuito a nenhum desses produtos, o que reverberou na aquisição dos medicamentos através de recursos financeiros próprios. A maior dificuldade de acesso foi verificada nas farmácias do Sistema Único de Saúde e farmácias populares. A população hipertensa apresentou um perfil de obesidade, baixa escolaridade, menor renda per capita e a atitude de reduzir o sal na dieta de forma significativa, bem como uma maior associação com outras morbidades, quando comparado aos não hipertensos. Conclusão: O acesso aos medicamentos essenciais ao tratamento da HAS encontra-se comprometido, devido ao desabastecimento da rede pública de saúde, o que tem onerado o usuário. Trata-se de uma população que apresenta morbidades associadas, aliadas a hábitos de vida considerados de risco para o agravamento da doença. Estes resultados revelam a necessidade de implementação de políticas públicas eficazes, que assegurem o acesso aos medicamentos anti-hipertensivos e envolvam a participação do usuário na mudança de hábitos e comportamentos, a fim de promover o controle adequado e sustentado da Hipertensão Arterial Sistêmica.