Tesis
Florística e estrutura da vegetação em Cerrado sentido restrito no Parque Estadual de Terra Ronca, Goiás : método RAPELD
Fecha
2016-01-27Registro en:
TEIXEIRA, Ana Magalhães Cordeiro. Florística e estrutura da vegetação em Cerrado sentido restrito no Parque Estadual de Terra Ronca, Goiás: método RAPELD. 2015. 96 f., il. Dissertação (Mestrado em Botânica)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Teixeira, Ana Magalhães Cordeiro
Institución
Resumen
Este estudo teve como objetivo caracterizar a flora e a estrutura do Cerrado sentido restrito sobre Neossolo Quartzarênico no Parque Estadual de Terra Ronca - PETeR, localizado na região nordeste do estado de Goiás. Pretendeu-se, também, avaliar o método RAPELD utilizado para amostrar a vegetação arbustivo-arbórea em Cerrado sentido restrito. No capítulo 1, a flora foi amostrada a partir de três transecções de 5 Km. Registramos 222 espécies, sendo que nove representam novas ocorrências para o estado de Goiás e duas para o bioma Cerrado. Dentre as espécies registradas, 28% são endêmicas do Cerrado e 72% são compartilhadas com outros domínios fitogeográficos. O maior compartilhamento ocorreu com a Caatinga, o que demonstra o aspecto transicional com este domínio. A elevada similaridade florística com os cerrados da Bahia e do norte de Minas Gerais confirmam a afinidade da flora do PETeR com a província fitogeográfica norte-nordeste. No capítulo 2, a estrutura da vegetação arbustivo-arbórea foi analisada em duas classes de tamanho distintas - a classe 1 inclui indivíduos com diâmetro entre 2 e 5 cm e foi amostrada em oito parcelas de 4 x 250 m; a classe 2 engloba os indivíduos com diâmetro maior que 5 cm e foi amostrada em oito parcelas de 20 x 250 m. A partir da comparação da flora e dos parâmetros estruturais entre as classes sugerimos que pode haver redução no número de espécies que compõe a classe 2. Os valores de densidade (403 ind.ha-1), área basal (5,31 m2.ha-1), riqueza (43) e diversidade (2,80) registrados na classe 2 foram os mais baixos quando comparados com outras áreas de Cerrado sentido restrito sobre Neossolo Quartzarênico. Esses resultados associados à análise da ocorrência de fogo na área de estudo, nos últimos 20 anos, nos permite sugerir que a vegetação lenhosa está sendo negativamente influenciada pela elevada frequencia de incêndios. Nesse sentido, ressaltamos que o controle e o manejo do fogo devem ser priorizados nas ações de manejo do PETeR a fim de garantir a conservação da flora nativa. Por fim, no capítulo 3, a comparação do protocolo de amostragem do método RAPELD (MR) com o protocolo do método de parcelas permanentes (MPP), subsidiou a avaliação do desempenho do MR aplicado à vegetação arbustivo-arbórea em Cerrado sentido restrito. Além disso, avaliamos o impacto da redução de 50% do esforço amostral sobre as estimativas dos parâmetros fitossociológicos, de riqueza e diversidade de espécies, obtidas por meio do MR. A utilização do MPP resultou em estimativas dos parâmetros estruturais semelhantes ao MR. Além disso, o MPP foi mais eficiente para estimar a riqueza e a diversidade de espécies e apresentou menor tempo de execução. Dessa forma, se o propósito do levantamento é conhecer a composição de espécies, a riqueza, a diversidade e a estrutura da vegetação, recomendamos a adoção do MPP. Por outro lado, se a pesquisa tem como objetivo analisar a interação da flora com outros grupos taxonômicos, o MR deve ser utilizado, pois possibilita o levantamento de dados de táxons distintos utilizando a mesma estrutura de amostragem. A redução de 50% do esforço amostral na amostragem do MR não alterou significativamente as estimativas dos parâmetros florísticos e estruturais da vegetação. Portanto, o esforço amostral do MR deve se reduzido pela metade a fim de otimizar a relação custo-benefício deste método de amostragem.