Tesis
Estudo das infecções por hemoplasmas em cães e gatos domésticos
Fecha
2016-01-27Registro en:
AQUINO, Larissa Campos. Estudo das infecções por hemoplasmas em cães e gatos domésticos. 2015. xvi, 76 f., il. Tese (Doutorado em Ciências Animais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Aquino, Larissa Campos
Institución
Resumen
Hemoplasmas são micoplasmas hemotrópicos que não possuem parede celular e crescem na superfície de eritrócitos podendo causar anemia infecciosa em diferentes espécies de mamíferos. Gatos são infectados por três espécies principais: Mycoplasma haemofelis (Mhf), ‘Candidatus Mycoplasma haemominutum’ (CMhm) e ‘Candidatus Mycoplasma turicensis’ (CMt) e em cães as espécies Mycoplasma haemocanis (Mhc) e ‘Candidatus Mycoplasma haematoparvum’ (CMhp) são as mais prevalentes. O presente estudo teve como objetivos determinar a ocorrência e a filogenia das espécies de hemoplasmas em gatos da capital do Brasil e cidades satélites e de cães da Nigéria, África, e verificar se há correlação com alterações hematológicas. Amostras de sangue foram coletadas de 451 gatos de diferentes origens de Brasília, DF e de 246 cães de Jos, Plateau State, Nigeria e submetidas a avaliação eritrocitária e extração de DNA para PCRs e sequenciamento. No estudo em gatos, hemoplasmas foram encontrados em 13.8% dos animais. CMhm foi a espécie mais prevalente (13.8% dos gatos), seguida pelo Mhf (11.1%) e CMt (4.4%). Mais de 80% dos gatos infectados por hemoplasmas estavam infectados por duas ou mais espécies: 7.1% estavam co-infectados com Mhf/CMhm, 0,4% com CMhm/CMt e 3,9% com Mhf/CMhm/CMt. O gênero masculino estava significativamente associado com infecção por hemoplasmas. Nenhuma associação entre o resultado da qPCR para hemoplasmas e parâmetros hematológicos foi encontrada, porém o número relativo de cópias de CMhm apresentou correlação com o número de eritrócitos e hematócrito. As sequencias do gene 16S rRNA (>1Kb) das espécies de hemoplasmas provenientes de gatos com co-infecções foram obtidos usando oligonucleotídeos espécie específicos, o que permitiu a obtenção de sequencias do gene 16S rRNA apesar do alto nível de co-infecções, que impossibilita o uso de oligonucleotídeos universais para o gene 16S rRNA. Dentro de cada espécie as sequencias de Mhf, CMhm e CMt apresentaram identidade de >99.8%, >98.5% e >98.8%,respectivamente. As sequencias de Mhf, CMhm e CMt apresentaram >99.2%, >98.4% e >97.8% de identidade, respectivamente, com sequencias do GenBank. A análise filogenética demonstrou todas as sequencias do Mhf em um único grupo, enquanto as sequencias de CMhm e CMt se agruparam em 3 subgrupos distintos. Estes achados filogenéticos sugerem a existência de diferentes cepas de CMhm e CMt. No estudo em cães, a qPCR espécie específica detectou infecção por Mhc em 18 dos 245 cães (7,3%) e CMhp em apenas um cão (0,4%). A qPCR de gênero de hemoplasmas foi positiva em 44 dos 245 (17,9%) dos cães. Vinte e cinco cães tiveram resultados discordantes nas qPCRs, nos quais foram positivos na qPCR de gênero de hemoplasmas, mas negativos na qPCR espécie específica. A avaliação desses cães discordantes por meio do sequenciamento do gene 16S rRNA gerou resultados limitados, mas em 5 cães confirmou-se a infecção por espécies diferentes de hemoplasmas: 2 Anaplasma phagocytophilum, 1 Anaplasma ovis, 1 Serratia marcescens e 1 Aerococcus spp. O sequenciamento do gene 16S rRNA dos Mhc mostrou >99,8% de identidade entre elas e >99,6% de identidade com sequencias disponíveis no GenBank e permaneceram no mesmo grupo de outras sequencias de Mhc e Mycoplasma haemofelis, indicando baixa variabilidade genética do gene 16S rRNA entre Mhc de diferentes origens.