Tesis
Violência contra a mulher no parto : um olhar sobre a pesquisa da Rede Cegonha
Fecha
2016-01-20Registro en:
ARRUDA, Kelly Gonçalves Meira. Violência contra a mulher no parto: um olhar sobre a pesquisa da Rede Cegonha. 2015. 129 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Arruda, Kelly Gonçalves Meira
Institución
Resumen
A violência na atenção obstétrica tem se mostrado ao longo da história como um processo que perpassa campos diversos da saúde pública com alcances negativos para as mulheres principalmente as que dão à luz no SUS. O levantamento histórico do tema da humanização faz perceber a relevância de se coibir e enfrentar práticas de ‘descuidados’ com as mulheres no âmbito do SUS. A Pesquisa da Rede Cegonha vem com o propósito significativo de implementação de uma nova cultura institucional no SUS, a escuta de forma ativa proporcionada pela Ouvidoria-Geral do SUS, seus dados são fontes necessárias no campo de estudo da saúde coletiva. Métodos: Análise descritiva dos dados da pesquisa da Rede Cegonha. Levantamento da literatura científica a partir de uma pesquisa nos bancos de dados Scielo, análise de artigos que se encontravam nas referências bibliográficas das fontes indexadas e livros e teses sobre violência na atenção obstétrica. Utilização de indicadores de violência institucional na atenção obstétrica para análise das perguntas do questionário da Pesquisa da Rede Cegonha e agrupamento nas categorizações existentes. Resultados: Identificou-se o perfil sociodemográfico das mulheres sendo a maioria parda; da faixa-etária de 20 a 34 anos; com ensino médio completo; casadas ou em união estável; com renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos; a maioria das mulheres realizaram o seu pré-natal no SUS; receberam o cartão gestante; a maioria não teve direito ao acompanhante; percebeu-se claramente a peregrinação para conseguir realizar o parto; parte significativa não teve contato pele a pele com seu bebê após o parto, principalmente mulheres que passaram por cesárea; a maioria das mulheres deu notas superiores a 07 para o atendimento numa escala de 0 a 10; a maioria não esperou mais que 30 minutos para ser atendida na unidade de saúde assim que chegou; possuem elementos de violência pouco mais de 12% das mulheres entrevistadas e apresentam registros com distribuição variada para o tipo de agressão que sofreu,. Conclusão: A partir dos resultados desse estudo conclui-se que os indicadores utilizados para evidenciar a existência da violência institucional na atenção obstétrica mostraram-se positivamente associáveis à algumas respostas dos dados da pesquisa da Rede Cegonha para avaliação da violência obstétrica. O tema nos leva a refletir sobre a necessidade de reconhecimento da existência dessa violência para que se possa enfrenta-la, bem como, a necessidade da apresentação por parte dos entes federados para os níveis de sistema e de serviço recomendações constantes para cumprimento dos preceitos da política de humanização, formações continuadas para a rede de profissionais e gestores, a fim de difundir conhecimentos sobre as normas e diretrizes recomendadas pela OMS; apoiar e fomentar debates com a sociedade civil para que ela possa reconhecer as práticas que não refletem no “des”cuidado. Difusão de boas-práticas e a definição de normativos legais específicos que promovam uma mudança dessas condutas institucionalizadas e que também punam as violações de direitos decorrentes desse tipo de violência.