Tesis
Dinâmica da regeneração natural de áreas em restauração pela transposição de solo superficial de cerrado e de floresta estacional
Fecha
2016-05-27Registro en:
FERREIRA, Maxmiller Cardoso. Dinâmica da regeneração natural de áreas em restauração pela transposição de solo superficial de cerrado e de floresta estacional. 2015. ix, 76 f., il. Dissertação (Mestrado em Ecologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Ferreira, Maxmiller Cardoso
Institución
Resumen
A ecologia da restauração busca entender as características da regeneração natural de um ecossistema e usar essa informação para desenvolver métodos que despertem ou acelerem a trajetória de um estado degradado a um de maior complexidade. A camada superficial do solo (CSS; topsoil) removida em obras de engenharia ou mineração, vem sendo utilizada como fonte de substrato, solo fértil e propágulos, podendo promover a restauração da vegetação. Esta dissertação teve o objetivo de testar a efetividade da transposição da CSS de cerrado stricto sensu e de floresta estacional decidual para a restauração. O capítulo 1 trata de um experimento de transposição de 2,5 ha de CSS de cerrado suprimido para a construção de prédios. A CSS juntamente com material vegetativo foi transferida para uma área de empréstimo de solo de 1 ha. Aos 37 meses, foram encontradas 24 espécies herbáceas, 40 arbustivas e 21 arbóreas. Noventa e um porcento das espécies lenhosas originaram de rebrotas. Plantas lenhosas apresentaram 0,5 ind./m² aos 37 meses e gramíneas nativas e exóticas invasoras ocupavam todo o solo. O capítulo 2 trata da remoção de 2,1 ha de CSS de floresta estacional decidual para expandir uma cava de mineração de calcário. A CSS foi depositada em uma pastagem de 1,9 ha. Foram testados (i) diferentes formas de deposição, (montes sem espalhar, material espalhado com 40 cm e com 20 cm de espessura, e controle sem deposição); e (ii) irrigação durante a estação seca após a deposição (irrigado e controle). Aos 12 meses, 39 espécies de árvores, quatro arvoretas, seis lianas, três arbustos, nove subarbustos e 37 ervas foram amostrados nas áreas depositadas. Rebrotas de fragmentos de raiz foram responsáveis por 74% das árvores e 60% das lianas regenerantes. A sobrevivência das plantas foi alta independente da irrigação. Espécies de árvores pioneiras chegaram pela chuva de sementes. Os tratamentos de deposição não diferiram entre si, e tiveram seis vezes mais espécies (23 vs. 4) e oito vezes mais indivíduos (1,53 vs. 0,20 ind./m²) de espécies lenhosas do que a área sem deposição. Herbáceas e arbustivas ruderais cobriam 68% do solo nas áreas depositadas, enquanto gramíneas invasoras rebrotaram e cobriram a área sem deposição. No cerrado, gramíneas (ex. Aristida sp. e Echinolaena inflexa), arbustos (ex. Anemopaegma glaucum e Mimosa setosa) e árvores (ex. Handroanthus ochraceus e Machaerium opacum) nativas proporcionaram a formação de uma fisionomia savânica, porém é necessário realizar o controle de gramíneas exóticas invasoras desde o início da restauração. Na floresta, ervas (ex. Mesosphaerum suaveolens e Stachytarpheta cayennensis), arbustos (ex. Chromolaena maximilianii e Solanum sisymbriifolium), árvores pioneiras (ex. Guazuma ulmifolia e Trema micranta) e rebrotas de árvores de dossel (ex. Anadenanthera colubrina e Dilodendron bipinnatum), árvores de sub-bosque (ex. Campomanesia velutina e Sebastiania brasiliensis) e lianas (ex. Mandevilla hirsuta e Serjania sp.) iniciaram a sucessão secundária. Testes de diferentes épocas de transposição, que priorizem a densidade e a composição do banco de sementes, a melhor época de recrutamento e formas estratificadas de coletar e depositar o solo podem melhorar o método para savanas e florestas estacionais no bioma Cerrado.