dc.description.abstract | Este estudo teve como foco o processo de apropriação da escrita do português brasileiro pelo jovem e o pelo adulto alfabetizandos da EJA, do ponto de vista socioneuropsicolinguístico. Adota uma visão integradora da pesquisa (BARTON, 1994) e da aprendizagem da escrita (BRUNER, 2001), amparando-se em postulados de estudos culturalistas (BRUNER, 2001, 1990; BARTON, 1994; SMITH, 1999) e histórico-culturais (GONZÁLEZ REY, 2009, 2012), quanto à construção do processo de significação da escrita e os advindos do computacionalismo (ALVARENGA, 1998; FLAVELL, MILLER, MILLER, 1999), e das neurociências aplicadas ao estudo da escrita (SCLIAR-CABRAL, 2013a, 2013b, 2013c; LIMA, 2010a, 2010b, 201c), no que se refere à mobilização e organização da informação escrita na mente pelo sujeito que aprende. O processo de apropriação da escrita é analisado buscando identificar e descrever dois aspectos: 1) que conhecimentos letrados e linguísticos da escrita do português brasileiro o jovem e o adulto já construíram nas suas práticas sociais letradas orais e escritas e que trazem para a escola; 2) que estratégias são construídas pelo educando que aprende a escrever. A metodologia utilizada foi a da pesquisa qualitativa interpretativista de cunho etnográfico. O estudo foi desenvolvido em uma turma do 1º ano, do primeiro segmento da EJA, ou seja, uma turma de alfabetização, de uma escola da rede pública do Distrito Federal, Brasil, e teve a duração de dois anos, 2013-2014. Durante esse período, aproximadamente 120 educandos foram matriculados nessa turma e 30 desses, com idade entre 17 anos e 59 anos, tornaram-se nossos colaboradores. Os resultados apontam que os jovens e os adultos colaboradores construíram conhecimentos letrados sólidos acerca de uma diversidade de gêneros textuais, suportes e serviços. Tais conhecimentos são construídos com base na identificação dos usos e funções que cumprem na vida cotidiana. Desse modo, embasam-se nos conhecimentos prévios construídos em função da condição de trabalhadores, consumidores, administradores do lar e de experiências escolares prévias como estudantes, sobre como a escrita (verbal e não-verbal) se estrutura nos diferentes gêneros, suportes e serviços e, esses conhecimentos são ressignificados no curso da tarefa de ler e escrever. Apontam ainda que os colaboradores possuem conhecimentos linguísticos da escrita, inclusive da escrita alfabética, e que constroem um complexo processo intelectual, no qual aparecem dialeticamente integradas quatro dimensões da escrita (conceitual, gráfico-cultural, linguística e simbólico-emocional) e os processos de codificação, decodificação e significação da escrita alfabética. Os conhecimentos prévios e as emoções são tão relevantes quanto a mediação semiótica e o pensamento lógico-formal. | |
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