Tesis
Advento da emancipação humana pelo estatuto das redes ciberculturais de aprendizagem colaborativa
Fecha
2015-11-25Registro en:
ARAÚJO, Romes Heriberto Pires de. Advento da emancipação humana pelo estatuto das redes ciberculturais de aprendizagem colaborativa. 2015. xiii, 263 f., il. Tese (Doutorado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Araújo, Romes Heriberto Pires de
Institución
Resumen
As redes ciberculturais de aprendizagem colaborativa consolidam uma pedagogia engajada com o projeto de emancipação humana. A pesquisa empreendeu um Estudo de Caso composto de Análise de Redes Sociais, atividades de observação e entrevistas semiestruturadas. Sustenta-se o estudo em uma epistemologia materialista histórico-dialética. Buscou reconhecer – nas contradições do uso pedagógico das tecnologias educacionais, em ambientes virtuais de aprendizagem situados no ciberespaço – as manifestações emancipatórias decorrentes de práticas sociais intersubjetivas, críticas, autônomas e colaborativas, identificando as posturas individualistas, mecânicas e orientadas pela técnica, que se inserem nos projetos ideológicos de fetichização das tecnologias e reificação do homem. O cenário educacional identificado é o de simulacro do mundo fabril e de fragmentação das competências humanas, em que o automatismo e a mimese são amplamente defendidos pelos mecanismos de comunicação e incorporados por práticas de ensino que cultuam a individualidade, desengajadas de qualquer projeto emancipatório. A alternativa a esse modelo alienante é constituída por ações pedagógicas que aspirem à autonomia e promovam uma alternativa reformadora da realidade. Considerando que a educação seja uma construção social, é imprescindível o incentivo de práticas colaborativas em detrimento daquelas que fomentam a competitividade. No contexto da sociedade da Informação e dos avanços do campo multidisciplinar da cibernética, a melhor alternativa para esse projeto pedagógico transformador adota as redes cibernéticas como um importante recurso de consolidação da aprendizagem significativa no contexto social da colaboração. Isso aduz duas veredas possíveis para a pedagogia: a linha instituída orientada à preparação do indivíduo para a lide dos desafios programáticos dos mundos do trabalho e do consumo ou o caminho emancipatório da pedagogia orientada à autonomia. Essa dualidade é estudada na particularidade de dois cursos online ministrados à distância em ambientes de aprendizagem em rede. São analisados os conteúdos produzidos, as interações, as opiniões e os comportamentos dos estudantes matriculados e dos demais envolvidos nesse processo. Através da Análise de Redes Sociais, o trabalho erigiu uma análise sociométrica capaz de identificar se a arquitetura da rede de aprendizagem revela características compatíveis com estruturas distribuídas, típicas em redes efetivamente colaborativas, ou centralizadas, para os modelos tradicionais de relacionamentos. Foi possível, ainda, identificar o fluxo informacional dentro dessas redes e o papeis que cada participante possui nesse ordenamento coletivo. Observou-se que as redes estudadas eram centralizadas na figura do docente como fonte de novas informações e no tutor como principal receptor das respostas dos alunos. Aqueles dois ocuparam posição mais central no mapa da rede, dispondo os alunos em posições mais centrífugas e, em geral, isolados entre si. A falta de interações entre os próprios membros da rede e a consequente criação de gargalos comunicacionais inviabilizaram a autonomia e a produção colaborativa em sentido coletivo. Tudo foi corroborado qualitativamente em análise ulterior, tanto na atividade de entrevista dos sujeitos como na análise de conteúdo empreendida nos fóruns e nos espaços potencialmente colaborativos, dentro de nove dimensões características de um ambiente de aprendizagem colaborativa. A Educação crítica assegura a tecnologia como suporte às necessidades humanas e não como fim.