Tesis
Engaging politics : political participation in Brazil and Sweden, predicted by stereotypes about parliamentarians, political education and behavioral contagion
Fecha
2015-10-14Registro en:
CARNEIRO, Thiago Lopes. Engaging politics : political participation in Brazil and Sweden, predicted by stereotypes about parliamentarians, political education and behavioral contagion. 2015, xii, 364 f., il. Tese (Doutorado em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Carneiro, Thiago Lopes
Institución
Resumen
O objetivo geral desta pesquisa foi comparar a influência de Estereótipos sobre os Parlamentares, Educação Política e Contágio Comportamental sobre a Participação Política entre Brasil e Suécia, para construir um modelo teórico-explicativo e oferecer evidências de validade. A tipologia de Ekman e Amnå (2012) embasou o uso de um conceito abrangente de Participação Política, que varia da não participação, passando pela atenção (stand by) até a participação manifesta. Estereótipos sobre parlamentares foram definidos em duas esferas: Informação Crítica a que os eleitores prestam atenção e Predição de Comportamento, i.e., como os eleitores pensam que os parlamentares se comportam. Educação Política se refere ao quanto cada esfera da vida de uma pessoa contribui para sua aprendizagem política. Itens de Contágio Comportamental aferiam a influência do participante sobre outros e a influência exercida por outros sobre ele/ela. O questionário foi elaborado através do Painel Délfico, conduzido simultaneamente com especialistas brasileiros e suecos, tendo o inglês como língua comum. O questionário resultante foi retro-traduzido para o Português Brasileiro e Sueco. Estas duas versões foram administradas aos participantes, via internet. Participaram 984 brasileiros, 37,4% do sexo feminino e com idade média de 43,95 anos (DP 15,64). Suecos totalizaram 879, sendo 46,5% mulheres e a idade média foi de 49,57 anos (DP 16,64). Análises Fatoriais Exploratórias e Confirmatórias foram realizadas. Médias das respostas de participantes brasileiros e suecos foram comparadas através de teste-t. Empregou-se a Modelagem de Equações Estruturais (MEE), precedida de regressão múltipla exploratória, a fim de determinar como as variáveis independentes (exógenas) poderiam predizer a Participação Política. Discutiram-se as implicações metodológicas. As equivalências de Estrutura Fatorial e Métrica foram alcançadas, entre Brasil e Suécia, para Participação Política, Estereótipos sobre Parlamentares e Contágio Comportamental. Os fatores de Educação Política não se mostraram consistentes, portanto seus itens foram considerados separadamente. Os testes-t indicaram que os brasileiros se envolvem em ação política mais frequentemente do que os suecos. Quanto aos Estereótipos, suecos percebem a Qualidade da Representação de seus parlamentares mais positivamente do que os brasileiros; a Corrupção, por outro lado, foi percebida como maior no Brasil. Suecos prestam mais atenção a informações críticas relacionadas a Partidos e Tendências de Representação dos parlamentares, enquanto os brasileiros se preocupam mais com Informações Pessoais do que os suecos. Os modelos de previsão SEM evidenciaram que, embora a corrupção seja uma preocupação primária para os brasileiros, ela não ajuda a prever Participação Política no Brasil, mas sim na Suécia. Embora suecos prestem mais atenção às diferenças entre Partidos e às Tendências de Representação, estes fatores tiveram maior importância para prever Participação Institucional no Brasil. Conclui-se que aquilo que é senso comum (como a corrupção no Brasil e diferenças entre partidos na Suécia) não ajuda a distinguir as pessoas que participam daquelas que não o fazem. Itens de Educação Política tiveram efeito muito pequeno. Contágio Comportamental desempenhou um papel central, a ponto de embaçar a fronteira entre ação política individual e coletiva. O engagamento político está, enfim, fortemente ligado ao envolvimento em uma rede politicamente ativa.