Tesis
Análise comportamental e eletrofisiológica do controle inibitório verbal e motor em jovens universitários
Fecha
2015-07-17Registro en:
SÁ, Soraya Lage de. Análise comportamental e eletrofisiológica do controle inibitório verbal e motor em jovens universitários. 2015. xvii, 143 f., il. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Sá, Soraya Lage de
Institución
Resumen
As funções executivas abrangem uma grande variedade de processos cognitivos complexos que coordenam a atividade neural de forma a produzir comportamentos orientados ao cumprimento de objetivos. O controle inibitório consiste no componente das funções executivas responsável por inibir tendências inapropriadas de respostas a estímulos irrelevantes. O presente estudo teve por objetivo comparar o desempenho comportamental, o padrão de ativação cortical e a variação da frequência cardíaca (VFC) durante a realização de dois testes de controle inibitório, verbal (teste de Stroop) e motor (teste de Tempo de Reação – TR), além de investigar possíveis diferenças entre os gêneros na realização de tais testes. Participaram do estudo 53 jovens universitários hígidos (27 mulheres, 26 homens), na faixa etária de 17 a 28 anos (média de idade: 21,5 ± 2,9). Em relação ao desempenho comportamental, houve efeito de interferência no teste de Stroop e um possível efeito teto no TR. Em ambos, foi observada uma lateralização esquerda no padrão de ativação cortical em um gradiente fronto-parietal com participação evidente de diferentes regiões do córtex pré-frontal e ainda, ativação dos córtices temporal e occipital. Os mapas topográficos de ativação cortical para o teste de Stroop evidenciaram a representação mental das palavras, a preparação da resposta verbal e o processamento visual dos estímulos. Para o TR, além do processamento visual, foram evidenciados nos mapas topográficos os mecanismos preparatórios do movimento e a execução da resposta motora. Os resultados da comparação da VFC entre os testes indicaram que houve maior atividade autonômica simpática e consequentemente, maior esforço mental para os participantes no teste de Stroop quando comparado ao TR. Resultados da comparação entre os gêneros sugeriram que esse fator não influenciou de forma consistente o desempenho comportamental nos dois testes, mas influenciou as medidas eletrofisiológicas de ativação cortical e a VFC. A potência da atividade cerebral foi maior entre as mulheres e os índices de VFC no domínio do tempo, geralmente foram maiores entre os homens. O presente estudo contribuiu para elucidar as semelhanças e diferenças existentes nos mecanismos subjacentes a esses tipos de controle inibitório, verbal e motor, do ponto de vista comportamental e eletrofisiológico. Os resultados estiveram em consonância com a literatura, com algumas ressalvas. Em primeiro lugar, para a elevação nos valores dos parâmetros comportamentais do TR, que possivelmente refletiram a complexidade do protocolo utilizado no presente estudo. Em segundo lugar, para o aumento da potência da ativação cortical entre as mulheres. Contudo, em conjunto com os resultados de VFC, esse aumento indicou que diferentes estratégias foram utilizadas pelos sujeitos em função de seu gênero para o sucesso na realização dos testes.