Tesis
Comportamento reprodutivo do papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis: Psittacidae, Aves ) : uma abordagem molecular
Fecha
2015-10-14Registro en:
FERNANDES, Gislaine Aparecida. Comportamento reprodutivo do papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis: Psittacidae, Aves ): uma abordagem molecular. 2015. 51 f., il. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Fernandes, Gislaine Aparecida
Institución
Resumen
As espécies do gênero Amazona são consideradas monogâmicas sociais, não sendo identificado até o momento casos de fertilização extra-par (FEP). Outra característica importante em relação ao comportamento reprodutivo das espécies deste gênero é a fidelidade ao ninho, pois os indivíduos geralmente selecionam locais mais seguros para nidificar, como por exemplo, locais com baixos níveis de predação. O fato de que a maioria dos psitacídeos, em particular as espécies deste gênero, não apresenta dimorfismo sexual dificulta a análise de diversos aspectos relacionados ao sistema de acasalamento, exigindo do pesquisador a observação de comportamentos críticos. Uma das alternativas que vem sendo aplicada para superar estas limitações em estudos de comportamento reprodutivo em aves é o uso de marcadores moleculares co-dominantes e altamente polimórficos como os microssatélites. Neste contexto, ainda se conhece pouco a respeito da biologia reprodutiva do papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), necessitando uma atenção maior sobre esta questão. Neste trabalho nós contribuímos com mais informações para melhor compreensão acerca da biologia reprodutiva do papagaio-de-cara-roxa a partir da estimativa da relação de parentesco entre ninhegos encontrados em ninhos naturais e artificiais na região da Baia de Paranaguá, no estado do Paraná, com oito loci de microssatélite. Os resultados obtidos mostraram que 76% dos ninhegos analisados apresentaram relação de parentesco de irmãos, 20% de meio-irmãos e 4% de não relacionados. Os casos de irmandade foram interpretados como evidência de monogamia do casal, os de meio-irmãos como casos de FEP, enquanto os não-relacionados como casos de competição intra-específica de ninho. Os resultados também mostraram que esta espécie apresenta uma taxa de 83% de reocupação de cavidades, a maior já descrita para o gênero, sendo que a reocupação pelo mesmo casal foi de 71%. Portanto, nós concluímos que Amazona brasiliensis não pode ser considerada monogâmica genética já que há evidência de FEP. Por outro lado, apresenta um padrão de fidelidade ao sítio reprodutivo, já que a maior parte dos casais analisados ocuparam a mesma cavidade nas estações reprodutivas seguintes, mesmo havendo perda de ninhada na estação reprodutiva anterior.