Tesis
Lineamento transbrasiliano, contribuição aerogeofísica, tectônica e geocronológica no setor nordeste da faixa Brasília
Fecha
2015-06-15Registro en:
PRAXEDES, Igor Fernandes. Lineamento transbrasiliano, contribuição aerogeofísica, tectônica e geocronológica no setor nordeste da faixa Brasília. 2015. xviii, 104 f., il. Dissertação (Mestrado em Geociências)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Praxedes, Igor Fernandes
Institución
Resumen
O Lineamento Transbrasiliano (LTB) é um sistema strike-slip situado entre o Cráton Amazônico e a porção leste da Plataforma Sul-Americana, sendo composto por vários segmentos de falhas transcorrentes, com alguns setores levemente curvilíneos. Foram processados e interpretados dados magnetométricos e gamaespectrométricos do Projeto Aerogeofísico Tocantins e Projeto Aerogeofísico da Bacia do Parnaíba, obtendo-se entendimento e detalhe do desenvolvimento das estruturas brasilianas na região de Natividade-Pindorama do Tocantins. A área de estudo está situada na porção centro-norte da Plataforma Sul-Americana, englobando parte da Província Tocantins e borda da Bacia do Parnaíba, onde se observam rochas pertencentes ao embasamento da Faixa Brasília (domínios Almas-Conceição do Tocantins, Cavalcante-Arraias e Maciço de Goiás), rochas metassedimentares do Grupo Natividade e neoproterozóicas do Arco Magmático de Goiás, formando a história evolutiva pré-cambriana. Os domínios foram discriminados e delimitados na interpretação de dados aerogeofísicos, com limites tectônicos marcados por corredores transcorrentes, formados ou reativados pelo LTB. Os corredores são formados por zonas de cisalhamento regionais, mostrando tectônica verticalizada e trend nordeste, típico do LTB. Análises U-Pb LA-ICPMS realizadas em zircão de metatonalitos da Suíte Aurumina, revelam idades de cristalização magmática 2172 ± 16 Ma. As idades modelo Sm-Nd (TDM) variam de 2,33 a 2,66Ga, com valores de εNd(t) negativos, com alguns valores positivos, sugerindo mistura de crosta juvenil com retrabalhamento da crosta continental. Hornblenda-biotita gnaisses miloníticos pertencentes ao Maciço de Goiás mostram idades de 2182 ± 6 Ma (IGP-024) e 2037 ± 8 Ma (IGP-035). As idades modelo de Nd estão distribuídas entre 2,25 e 3,00 Ga, com valores de εNd(t) negativos (-8,43 a -0,12), mostrando que as rochas do Maciço de Goiás são oriundas de fusão crustal. Rochas neoproterozóicas pertencentes à Sequência Santa Terezinha de Goiás (Arco Magmático de Goiás) foram observadas e comprovadas datando titanita-hornblenda metatonalito, obtendo idade de cristalização 654.4 ± 4.2 Ma, com zicões herdados de idade 672.6 ± 4.2 Ma. Estas rochas metaígneas apresentaram idades TDM entre 1,09 e 0,88 Ga e εNd(t) positivos (3,82 a 3,33), interpretado como representativo de acresção crustal de material juvenil gerado em ambiente de arco de ilhas no Neoproterozóico. Tectonicamente, a área de estudo é constituída pelo LTB propriamente dito, formado por grande número de zonas de cisalhamento, típicas de sistema transcorrente, atingindo fácies anfibolito, tendo como principais a Zona de Cisalhamento Transcorrente NE Rio Formiga (ZCRF), estabelecendo o contato entre o Domínio Cavalcante-Arraias (DCA) e o Maciço de Goiás, e a Zona de Cisalhamento Transcorrente NE Jatobazeiro (ZCJ), limite do Maciço de Goiás e do Arco Magmático de Goiás, ambas exibindo foliações N30º-35ºE/75º-86ºNW. Mais a leste, afloram as rochas do DCA, tendo como principais zonas de cisalhamento Cruz das Almas (ZCCA) e Mombuca (ZCM), ambas atingindo fácies metamórfica xisto-verde. A ZCCA exibe foliação NNE e mergulhos moderados a elevados para WNW (N0º-40ºE/60º-89ºNW), limitando o Domínio Almas-Conceição do Tocantins (DACT), a leste e DCA, a oeste. O DACT apresenta poucas estruturas ligadas ao Lineamento Transbrasiliano.