Tesis
O depósito sulfetado Ni-Cu-(pge) de Limoeiro : metalogênese, magmatismo máfico e metamorfismo no leste da Província Borborema
Fecha
2015-05-04Registro en:
SILVA, Jonas Mota e. O depósito sulfetado Ni-Cu-(pge) de Limoeiro: metalogênese, magmatismo máfico e metamorfismo no leste da Província Borborema. 2014. xxv, 278 f., il. Tese (Doutorado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
Autor
Silva, Jonas Mota e
Institución
Resumen
Complexos máficos, máfico-ultramáficos e ultramáficos são os típicos hospedeiros de mineralizações magmáticas sulfetadas de níquel, cobre e elementos do grupo da platina (PGE). Em 2009 a Votorantim Metais descobriu o depósito Ni-Cu- (PGE) sulfetado de Limoeiro no leste do estado do Pernambuco. Motivado pela descoberta, esta tese objetivou entender a gênese e evolução geológica do Complexo Limoeiro e sua mineralização de Ni-Cu-(PGE) nas escalas local e regional. Para isso foram realizados trabalhos de campo, mapeamento geológico, descrição de testemunhos de sondagem, interpretação de seção de sondagem, amostragem seletiva de rochas frescas e de mineralizações, petrografia óptica, química de rocha total, química de minério, química mineral, imageamento em microscópio eletrônico de varredura (MEV), análises químicas pontuais por espectrômetro de massa acoplado a feixe laser (LA-ICP-MS), imagamento de zircões por cátodo luminescência (CL) e datação U-Pb. A mineralização do depósito Limoeiro é essencialmente disseminada [pirrotita (~70%), calcopirita (~15%) e pentlandita (~15%)] e hospeda-se no topo de uma intrusão tubular (Sequencia Superior), sub-horizontal, concentricamente zonada (harzburgito no centro e ortopiroxenito na borda) com centenas de metros na transversal e alguns quilômetros na longitudinal. Esta intrusão faz parte de um sistema de condutos que ocupa uma área de 70 x 15 km, orientado na direção ENE-WSW, totalizando cerca de 150 km lineares de rochas intrusivas. A estratigrafia da intrusão é formada por pelo menos quatro pulsos magmáticos principais (Baixo Cr, Superior, Zona de Transição e Inferior), sendo cada um deles distintos em termos de fracionamento e mineralização na região do depósito. Apesar disso, o magma parental formador de cada pulso magmático é similar entre eles. Trata-se de um magma toleítico picrítico de alto MgO com forte assinatura de contaminação crustal. O progressivo aumento da razão Cu/Pd (de 5200 para 5800) das rochas da Sequencia Superior em harmonia com a diminuição do tenor evidencia fluxo horizontal do magma para leste. Todo o complexo foi metamorfisado na fácies granulito baixo (750-800ºC em 634±6 Ma) o que promoveu a recristalização dos zircões, dos sulfetos de metal base e provavelmente a fusão dos bismutoteluretos portadores de PGE. O tipo de intrusão conolítica como de Limoeiro é típico de intrusões relativamente rasas em ambientes compressivos. Não foi alcançada uma idade precisa para cristalização da intrusão que hospeda o depósito Limoeiro, mas correlação entre razões Th/U e idades U/Pb em zircões metamorfisados sugerem uma idade de ca. 800 Ma. Nesta idade é possível que o sul da Província Borborema e sua continuidade na Africa experimentaram de modo concomitante extensão com abertura de assoalho oceânico e colisão continental. Ao mesmo tempo em que se desenvolvia crosta oceânica na parte oeste (Riacho do Pontal), na parte leste dominava ambiente colisional compressivo (Limoeiro). Em uma escala global a intrusão de Limoeiro é contemporânea à quebra do supercontinente de Rodínia e a existência de uma superpluma que tornou o manto extraordinariamente quente.