Tesis
Cárie da primeira infância : fatores etiológicos associados e possibilidades de tratamento
Fecha
2015-03-20Registro en:
KASTER, Flávia Porto de Barros. Cárie da primeira infância: fatores etiológicos associados e possibilidades de tratamento. 2014. 59 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
Autor
Kaster, Flávia Porto de Barros
Institución
Resumen
Objetivo: avaliar os fatores etiológicos associados à ocorrência da cárie severa da primeira infância (s-ECC) em comparação à cárie da primeira infância (ECC) e o comportamento de pré-escolares portadores de (s)ECC frente a dois protocolos restauradores considerando ansiedade, dor e comportamento clínico. Metodologia: Inicialmente, 106 pré-escolares, de ambos os sexos, entre 4 e 5 anos de idade foram submetidos ao exame físico intra-bucal por meio do qual avaliou-se a presença de dor, sangramento gengival, placa visível e a prevalência de cárie por meio do CAST. Informações sobre a criança, estilo de vida da família, renda familiar, hábitos de higiene oral e dieta, condições de saúde e acesso a serviços de saúde foram obtidas por meio do preenchimento de um questionário pelos pais. Na sequência, 32 crianças que possuíam pelo menos uma lesão cavitada em dentina, foram randomizadas em dois grupos considerando os protocolos restauradores: Tratamento Restaurador Atraumático (ART) e Tratamento Restaurador Convencional (TRC). Foram avaliados ansiedade, comportamento clínico e dor. Para se calcular a experiência de cárie, o CAST foi convertido em componentes do índice ceo-d. Dor, placa visível e sangramento gengival foram comparados utilizando o teste de Mann-Whitney. As relações entre as variáveis nominais foram testadas utilizando o teste qui-quadrado. Para a comparação dos tratamentos, foram utilizadas análises de tabelas de referência cruzada e o teste qui-quadrado. Resultados: a prevalência de dor, placa visível, sangramento gengival e cárie, incluindo lesões em esmalte, foi de 8,49%, 77,33%, 12,96% e 97,2%, respectivamente. Do total de crianças avaliadas 57,54% foram classificadas como pertencentes ao grupo ECC, enquanto 39,62% foram incluídas no grupo de s-ECC. Não houve associação significativa das variáveis sócio-demográficas e econômicas das famílias com a presença de ECC e s-ECC. O "primeiro contato da criança com açúcar" (p=0,041) e o "estado civil da mãe" (p=0,050) foram associados à s-ECC. Quanto aos tratamentos, observou-se que o tempo médio despendido para execução das restaurações ART e TRC foi de 11,43 e 25,05 minutos, respectivamente (p <0,001) para a primeira sessão. O mesmo padrão foi observado na segunda sessão. Apenas uma criança do grupo ART, em ambas sessões, requereu analgesia, enquanto no grupo TRC, todas as crianças, exceto uma, foram tratadas sob anestesia local. Não foi observada diferença estatística no nível de ansiedade das crianças tratadas por meio do ART e do TRC tanto na primeira (p=0,35) quanto na segunda sessão (p=0,47). Também não houve diferença estatística quanto à dor relatada (p=1,0) em ambos tratamentos. O comportamento clínico na primeira sessão, foi mais positivo para as crianças tratadas por meio do ART em relação ao TRC (p=0,02) e o choro durante a primeira sessão de tratamento, foi observado apenas nas crianças do grupo TRC (p=0,043). Conclusão: o contato precoce com o açúcar e o estado civil da mãe foram considerados fatores de risco para o desenvolvimento de s-ECC; crianças pré-escolares se mostraram mais colaboradoras quando tratadas por meio do ART; a anestesia local foi administrada mais vezes para o TRC, que também despendeu mais tempo para ser realizado em comparação ao ART.