Tesis
Perfil e ações dos agentes comunitários de saúde para promoção do uso racional de medicamentos no âmbito da estratégia da saúde da família no município de Palmas - TO
Fecha
2015-03-13Registro en:
GUIMARÃES, Maria Sortênia Alves. Perfil e ações dos agentes comunitários de saúde para promoção do uso racional de medicamentos no âmbito da estratégia da saúde da família no município de Palmas - TO. 2014. 112 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
Autor
Guimarães, Maria Sortênia Alves
Institución
Resumen
A inadequação no uso de medicamentos apresenta-se como sério problema de saúde pública. O foco dos sistemas de saúde não está apenas em garantir o acesso, mas, principalmente, em promover o uso racional dos medicamentos. De maneira geral, as soluções propostas para reverter ou minimizar este quadro devem passar pela educação da população. O Agente Comunitário de Saúde (ACS) conhece a realidade da comunidade e constrói junto dela processos pedagógicos, contribuindo para o uso racional de medicamentos. Este estudo analisa as ações dos ACS, referentes à orientação da comunidade sobre o uso racional de medicamentos. Foram pesquisados 246 ACS, em Palmas – TO, entre janeiro e abril de 2014. A coleta de dados foi por questionários, composto por uma parte para traçar o perfil dos ACS e de formação e informação específica sobre medicamentos e riscos da farmacoterapia e a outra para verificação dos conhecimentos dos ACS sobre o uso racional de medicamentos. O banco de dados foi construído no programa EPI-INFO, assim como tabulação dos dados e análise estatística. Verificou-se que a maioria dos ACS pertence ao gênero feminino (85,89%), está entre 30 e 44 anos de idade (68,57%) e apresenta ensino médio completo (54,06%). A maioria (55,19%) está na profissão entre 10 e 14,9 anos. O número de visitas domiciliares realizadas pelos ACS foi em média 9,32 visitas/dia. Em relação à formação e informação específica sobre farmacoterapia no trabalho dos ACS, observa-se que 88,02% não realizaram curso de capacitação específico sobre medicamentos, 75,51% consideram não ter conhecimento adequado e suficiente para dar orientações à população sobre medicamentos, 80,41% informaram que nenhuma vez foi discutido pela equipe temas sobre medicamentos e 90,20% sentem necessidade dessa formação. O estudo revelou que devido necessidade de atualizar seus conhecimentos sobre farmacoterapia, os ACS buscam informações em várias fontes, as bulas de medicamentos são a principal (71,14%). Objetivando solucionar problemas e sanar dúvidas sobre a farmacoterapia, 52,46% e 50% dos ACS referenciaram o enfermeiro. Dentre os ACS, 68,03% acham importante orientar as famílias para uso racional dos medicamentos, mas afirmam precisar de capacitação e/ou treinamento contínuo. As situações de riscos mais frequentes foram: uso do medicamento em horário errado (83,74%), automedicação (45,93%) e usuários tomando medicamento em dosagem diferente da prescrita (41,87%). A categoria de usuário que mais solicita informações sobre medicamentos durante as visitas são os idosos (82,52%). Sobre dúvidas apresentadas pelos pacientes em relação a medicamentos utilizados tem-se: 68,29% sobre horário de administração e 51,22% sobre indicação terapêutica. A respeito da verificação dos conhecimentos dos ACS, sobre uso racional de medicamentos, identificou-se elevado nível de desempenho, fornecendo subsídios para novas reflexões referentes à necessidade de se verificar além dos conhecimentos, também as dimensões das competências dos mesmos. Evidencia-se no estudo a necessidade da qualificação e formação dos ACS na promoção do uso racional de medicamentos, considerando que ele é o principal promotor de saúde na comunidade. Capacitações são essenciais para desenvolverem as competências necessárias para o seu trabalho. Assim, avanços nas questões de educação permanente dos ACS são de grande relevância.