Artículo de revista
Etnotaxonomia e tabus alimentares dos pescadores artesanais nos açudes Araras e Edson Queiroz, bacia do rio Acaraú, Ceará, Brasil.
Autor
Priscila de Paiva Batista, Leidiane
Sánchez Botero, Jorge Iván
Oliveira de Paula, Edson
Institución
Resumen
A etnoictiologia visa descrever e
valorizar os conhecimentos dos pescadores artesanais,
através estudos que comprovem que
estes são portadores de conhecimentos bioecológicos
acerca dos peixes que capturam. Desta
forma, objetivou-se avaliar a etnotaxonomia e
os tabus alimentares dos pescadores artesanais
dos açudes públicos Araras e Edson Queiroz
(Ceará, Brasil). Selecionou-se uma população
representativa de pescadores para cada um
destes açudes: Ilha de Esaú, para o reservatório
Araras, e Vila São Cosme, para o reservatório
Edson Queiroz. Foram realizadas observação
participante, entrevistas semi-estruturadas, estímulo
visual e turnês guiadas com pescadores
das populações selecionadas. Entrevistaram-se
vinte pescadores na Vila São Cosme e vinte
e quatro na Ilha de Esaú abordando aspectos
socioeconômicos da pesca e etnoecológicos
das principais espécies de peixes capturadas.
Foram citados vinte etnoespécies de peixes e
uma de camarão como sendo capturadas nos açudes. Na classificação da ictiofauna, os pescadores
utilizam aspectos morfológicos e etológicos,
apresentando várias etnoespécies com
nomes genéricos e poucas com nomes binomiais.
Em sua dieta, estas populações consomem
peixes, como principal fonte de proteína
animal, havendo restrições por caráter social
e cultural. Deste modo, pela consistência dos
saberes dos pescadores da Ilha de Esaú e da
Vila São Cosme, estes conhecimentos podem
ser incorporados na elaboração de planos de
gestão e manejo sustentável dos recursos hídricos e pesqueiros dos açudes Araras e Edson Queiroz.