Tesis
Análise proteômica de epimastigotas da cepa G de Trypanosoma cruzi isolada de um gambá da Amazônia
Fecha
2014-03-07Registro en:
NEGREIROS, Raquel Silva de. Análise proteômica de epimastigotas da cepa G de Trypanosoma cruzi isolada de um gambá da Amazônia. 2013. 199 f., il. Tese (Doutorado em Patologia Molecular)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
Autor
Negreiros, Raquel Silva de
Institución
Resumen
Diversos isolados e cepas de Trypanosoma cruzi são classificados em seis grupos genéticos ou discrete typing units (DTUs), TcI a TcVI. A cepa G estudada no presente trabalho pertence ao DTU TcI e foi isolada de um gambá da região Amazônica brasileira. Parasitos pertencentes a essa cepa apresentam um genoma não híbrido e menor que da cepa CL Brener. Além disso, tripomastigotas metacíclicas da cepa G são qualificados como pouco virulentas e, surpreendentemente, amastigotas axênicas são altamente infectivas. Dentro de um amplo projeto do nosso grupo de pesquisa que envolve o futuro sequenciamento do genoma da cepa G de T. cruzi, está inserida a análise proteômica de epimastigotas em larga escala que auxiliará na anotação dos genes. Para isso, foi realizada a análise por LC-MS/MS dos peptídeos gerados por digestão em gel do lisado proteico de epimastigotas. Foram feitas três buscas automatizadas em bancos de dados. Para a primeira busca, utilizando-se do banco de dados de Trypanosoma spp. e outros tripanossomatídeos, 1.460 proteínas foram identificadas. Para a segunda busca, no banco de dados apenas da cepa CL Brener, foram obtidas 953 identificações. Para ambas as buscas, foi utilizado o algoritmo do programa Sequest. Já com a utilização do algoritmo do PEAKS, foram detectadas 2.947 proteínas a partir do confronto dos espectros MS/MS com o banco de dados das cepas CL Brener e Sylvio X10/1. Considerando essa última abordagem, este é o proteoma mais abrangente realizado até hoje disponível independentemente do estágio de vida. Em todas as buscas, a via metabólica mais abundante em número de anotações foi metabolismo de purinas, o que está condizente com o alto requerimento energético de formas epimastigotas replicativas. A via glicólise também foi listada entre as dez vias metabólicas mais representativas em todas as buscas, provavelmente devido à presença de glicose no meio de cultivo e à preferência por essa hexose como fonte de carbono por epimastigotas. Todas as buscas resultaram na predominância de proteínas preditas a serem secretadas pela via não clássica e na identificação de diversas proteínas integrais de membrana potenciais, mostrando que a extração de proteínas por solubilização com SDS foi eficiente para o propósito de um proteoma abrangente. Particularmente, na busca 3, foram identificadas várias proteínas candidatas a alvos de drogas estudadas pelo nosso grupo, como leucil-aminopeptidase (LAP), oligopeptidase B (OPB), proliloligopeptidase (POP), metiltioadenosina fosforilase (MTAF) e catepsina B. Em relação às famílias multigênicas de T. cruzi, a terceira busca resultou na identificação de uma grande quantidade de membros das famílias de transsialidases (TS), mucin-associated surface proteins (MASP), mucinas, proteínas retrotransposon hot spot (RHS) e dispersed gene family 1 (DGF-1) e glicoproteínas de 63 kDa (gp63). Portanto, podemos concluir que a busca no banco de dados das cepas CL Brener e Sylvio X10/1 foi a mais satisfatória. Este proteoma representa um avanço significativo para o conhecimento do conjunto de proteínas expresso em T. cruzi e, também, um passo importante para a elucidação da sequência genômica da cepa G de T. cruzi.