Tesis
“Tous passeurs infatigables" : tradução e exigência fragmentária em Maurice Blanchot, tradutor de Paul Celan
Registro en:
CASAL, Amanda Mendes. “Tous passeurs infatigables": tradução e exigência fragmentária em Maurice Blanchot, tradutor de Paul Celan. 2013. viii, 123 f. Dissertação (Mestrado em Estudos da Tradução)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
Autor
Casal, Amanda Mendes
Institución
Resumen
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução, Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução, 2013. Este trabalho pretende acompanhar a trajetória de Maurice Blanchot, apresentando um aspecto ainda pouco abordado pela crítica: sua atividade inconfessa de tradutor, que desenvolveu em toda sua obra em virtude de sua proximidade com escritores de língua alemã. Desse aspecto, destacaremos a publicação de Le Dernier à parler [O último a falar], no qual
se apresenta a tradução da poesia de Paul Celan, e o lugar ocupado por este ensaio-livreto na obra de Blanchot. Não de modo fortuito, ele vem a público no momento anterior a Le Pas au-delà (1973) e L‟Écriture du desastre (1980), sucedendo L‟Attente l‟oubli (1962), L‟Entretien infini (1969) e L‟Amitié (1971). Em um primeiro momento, trataremos dos discursos sobre a tradução e, como ponto de recusa, abordaremos o jogo subversivo exercido pela atividade de
tradução diante da posição secundária que a crítica e a atividade criadora lhe imputaram. Com base nessa tensão, evidenciaremos que a tradução Ŕ atividade desempenhada por Blanchot Ŕ alimentou a aventura da exigência fragmentária, transformando o fragmento, tanto no âmbito do debate teórico quanto no da prática propriamente dita de tradução, posto que Le Dernier à parler promove o encontro entre tradução e fragmento. Em um segundo momento, acentuaremos a relação que tradução e écriture fragmentaire travam com a exigência de
escrever sobre Auschwitz, depois de Auschwitz Ŕ après coup, segundo Blanchot. Afirmaremos que a tradução de Paul Celan é fundamental à metamorfose/mobilidade do fragmentário, levando à écriture a poesia, o judaísmo e a Shoah. Por último, analisaremos
aspectos de Le Dernier à parler, em uma tentativa de criar uma crítica da tradução tendo por horizonte o fragmento/o fragmentário. Ao aproximarmos poesia e fragmento, há uma abertura para que se discuta um pensamento de poesia. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT This paper aims to follow the trajectory of Maurice Blanchot, showing an aspect which, until now, has been very little considered by the critics: his unacknowledged activity as a translator, who developed his whole life‟s work based on his proximity to German language
writers. In this regard, we will highlight the publishing of Le Dernier à parler [The last to speak], which presents the translations of Paul Celan‟s poetry, and the role of this essay-booklet in Blanchot‟s work. Deliberately, right before, he published Le Pas au-delà (1973) and L‟Écriture du desastre (1980) in order to succeed L‟Attente l‟oubli (1962), L‟Entretien
infini (1969) and L‟Amitié (1971). At the first stage, we will show the speeches about translation and, as a point of refusal, we will refer to the subversive game played by the translation activity towards the secondary position that both the critics and the creative
activity attributed to him. Based on this tension, we will emphasize that translation Ŕ activity performed by Blanchot Ŕ has fed the adventure of fragmentary demand, changing the fragment related to both theoretical debate and practice of translation, since Le Dernier à
parler aims to promote a meeting between translation and fragment. Afterwards, we will emphasize the relationship between écriture fragmentaire and the difficult of writing about
Auschwitz, after Auschwitz Ŕ après coup, according to Blanchot. We will assure that the translation by Paul Celan is essential to the metamorphosis/mobility of the fragmentary, taking the poetry, the Judaism and the Shoah to the écriture. Finally, we will analyze the
aspects of Le Dernier à parler, in order to create a criticism of the translation taking the fragment/fragmentary into consideration. When approaching poetry and fragment, there is an opening discussion about a poetry thought.