Tesis
Guerrilhas da memória : estratégias de legitimação da revolução cubana (1959-2009)
Fecha
2013-11-08Registro en:
PRADO, Giliard da Silva. Guerrilhas da memória: estratégias de legitimação da revolução cubana (1959-2009). 2013. ix, 258 f., il. Tese (Doutorado em História)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
Autor
Prado, Giliard da Silva
Institución
Resumen
Este trabalho tem por objetivo compreender as estratégias de legitimação da Revolução Cubana no período compreendido entre 1959 e 2009, analisando os discursos proferidos por seus líderes desde a tribuna política das cerimônias comemorativas das efemérides revolucionárias e de outros atos públicos promovidos pelo governo cubano. No primeiro capítulo, busca-se entender, a partir de uma análise dos discursos comemorativos da efeméride do 26 de julho, o processo de construção e gestão da memória da Revolução Cubana, sendo destacados os usos políticos do passado e as principais representações construídas acerca do período revolucionário. No segundo capítulo são abordadas as relações conflituosas do regime cubano com o seu principal inimigo externo: os Estados Unidos. Nele, empreende-se uma análise do processo de construção e de gestão da inimizade entre os dois países e salienta-se a importância da figura do inimigo para a construção de significados acerca da Revolução Cubana, bem como para legitimar práticas políticas do governo revolucionário. O tema do terceiro capítulo é a trajetória da relação de amizade entre Cuba e União Soviética. Nele, busca-se identificar as distintas fases de uma relação que se caracterizou, por um lado, pela permanente dependência econômico-militar de Cuba em relação à União Soviética, mas, por outro lado, pelas variações nos modos como o regime cubano fez a gestão das divergências políticas e ideológicas existentes entre os dois projetos revolucionários. No quarto e último capítulo são analisados alguns casos representativos da política de expurgos praticada pelo regime cubano contra indivíduos que ocuparam posições de destaque no poder revolucionário, mas que, por terem sido vistos pelo líder da Revolução como obstáculos ou ameaças a seu poder, foram rotulados de “traidores da pátria” e submetidos aos tribunais revolucionários. Neste capítulo, empreende-se uma mudança quanto ao modo de acessar o discurso oficial da Revolução Cubana, uma vez que os tribunais revolucionários desempenharam também a função de uma tribuna política. Conclui-se demonstrando que, além da repressão aos opositores, o pragmatismo político de Fidel Castro, evidenciado nas diversas metamorfoses ideológicas do governo cubano, foi fundamental para assegurar a manutenção, por mais de cinco décadas, da Revolução Cubana e do grupo no poder.