Tesis
Infecção pelo Treponema pallidum em gestantes e sua transmissão vertical, Mato Grosso do Sul
Registro en:
LOUREIRO, Marisa Dias Rolan. Infecção pelo Treponema pallidum em gestantes e sua transmissão vertical, Mato Grosso do Sul. 2009. 68 f., il. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde)—Programa Multiinstitucional Rede Centro-Oeste, Universidade de Brasília/UFG/UFMS, Campo Grande, 2009.
Autor
Loureiro, Marisa Dias Rolan
Institución
Resumen
Tese (doutorado)—Programa Multiinstitucional Rede Centro-Oeste: UNB-UFG-UFMS de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2009. Introdução: A transmissão vertical da sífilis permanece como um desafio de saúde pública
que necessita ser enfrentado pelas políticas de saúde do Brasil, configurando-se como um
dos indicadores mais sensíveis para avaliar a qualidade de serviços de saúde, especialmente a qualidade da assistência no pré-natal. A sífilis constitui um evento-sentinela na vigilância epidemiológica de doenças sexualmente transmissíveis. Objetivo: Conhecer a
frequência da infecção por Treponema pallidum em gestações e sua transmissão vertical em
Mato Grosso do Sul de 2003 a 2008. Método: Estudo transversal, utilizando resultados de triagem laboratorial referentes a 228 196 gestações pela técnica ELISA recombinante por eluição e dados de 500 casos de sífilis congênita notificados ao SINAN. Resultados: Foram detectados 5 043 resultados positivos para sífilis em gestações, correspondendo a uma frequência de 2,2% (2,1-2,3%, IC 95%). No período estudado, a triagem pré-natal para detecção da doença alcançou a média de 95,42% das gestações registradas em Mato Grosso do Sul. A microrregião de Ponta Porã apresentou a maior frequência do estado (5,42%), seguida pelas microrregiões de Corumbá (3,34%), Naviraí (2,63%) e Jardim (2,60%). A menor frequência foi a da microrregião de Nova Andradina (0,89%). O município de Amambaí liderou no número de casos confirmados de sífilis gestacional (10,94%), seguido por Japorã (6,13%), Coronel Sapucaia (5,90%), Paranhos (4,93%), Iguatemi (4,64%), Ladário (4,34%), Ponta Porã (4,28%) e Antônio João (4,18%). Quanto à idade gestacional, 42,3% das participantes foram triadas no primeiro trimestre, 45,2% no segundo e 12,5% no terceiro. Por ocasião da gestação, a maioria (83,5%) das mulheres estava na faixa etária 21 a 40 anos. A incidência de sífilis congênita no estado foi de 2,08 por 100 000 nascidos vivos, destacando-se com 6,9 por 100 000 a microrregião de Ponta Porã. Conclusão: As microrregiões com maior frequência de sífilis em gestantes e de sífilis congênita estão localizadas em zonas de fronteira, pólos indígenas e áreas de grande movimento turístico. Embora o índice de cobertura para o diagnóstico de sífilis na gestação esteja próximo de 100% no estado, ele não é suficiente para garantir a melhoria da qualidade da atenção à gestante portadora dessa doença. É recomendado que os gestores das três esferas de direção do Sistema Único de Saúde estabeleçam uma rede de atenção que garanta o acesso de gestantes, parturientes, parceiros sexuais e recém-nascidos ao diagnóstico, controle e manejo da infecção por Treponema pallidum. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT Background: Vertical transmission of syphilis, a public health issue that still challenges health policies in Brazil, is one of the most sensitive indicators of the quality of healthcare services, particularly in prenatal care. Syphilis is a sentinel event in the epidemiological surveillance of sexually transmitted diseases. Objective: To investigate the frequency of infection with Treponema pallidum in pregnancy and its vertical transmission in the state of Mato Grosso do Sul, Brazil, in the period 2003-2008. Method: This cross-sectional study was based on results of laboratory screening tests (elution-based recombinant ELISA) performed on 228 196 pregnancies and 500 cases of congenital syphilis reported to the Brazilian Information System of Notifiable Hazards (SINAN). Results: A total of 5043 syphilis-positive results were identified among the pregnancies, accounting for a frequency of 2.2% (2.1-2.3%, CI 95%). In the study period, prenatal screening for syphilis was performed for an average of 95.42% of the pregnancies recorded in Mato Grosso do Sul. Ponta Porã was the microregion with the highest frequency in the state (5.42%), followed by the microregions of Corumbá (3.34%), Naviraí (2.63%), and Jardim (2.60%). The lowest frequency (0.89%) was found for the Nova Andradina microregion. Of the counties in the state, Amambaí led in the number of confirmed cases of syphilis in pregnancy (10.94%), followed by Japorã (6.13%), Coronel Sapucaia (5.90%), Paranhos (4.93%), Iguatemi (4.64%), Ladário (4.34%), Ponta Porã (4.28%), and Antônio João (4.18%). Screening was carried out in the first trimester of pregnancy in 42.3% of the subjects, in the second trimester in 45.2%, and in the third in 12.5%. Maternal age at the time of pregnancy was predominantly (83.5%) in the 21- to 40-year age range. An incidence of congenital syphilis of 2.08 per 100 000 live births was found for the state, with the Ponta Porã microregion leading this rate, at 6.9 per 100 000. Conclusion: In Mato Grosso do Sul, the microregions with the highest frequency of syphilis in pregnancy and congenital syphilis are located in border regions, areas having predominantly indigenous population, and zones of intense tourism activity. Although the coverage rate for diagnosis of syphilis in pregnancy is now at nearly 100% in the state, it has not been sufficient to ensure improvements in the quality of healthcare to pregnant women infected with this disease. Managers of the Brazilian Unified Health Care System (SUS), at its three spheres of administration, should set up a healthcare network capable of ensuring the access of pregnant women, parturients, sexual partners, and newborns to the diagnosis, control, and management of infection with Treponema pallidum.