Tesis
Beleza e Ambiguidade : os discursos dos Prêmios Nobel da Literatura Japonesa e seus autores
Registro en:
NATILI, Donatella. Beleza e Ambiguidade: os discursos dos Prêmios Nobel da Literatura Japonesa e seus autores. 2012. 193 f. Tese (Doutorado em Literatura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2012.
Autor
Natili, Donatella
Institución
Resumen
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Programa de Pós-Graduação em Literatura, 2012. O Prêmio Nobel, conferido pela primeira vez ao Japão em 1968, com a escolha de
Kawabata Yasunari, representou para a literatura japonesa um marco entre um
passado de marginalidade cultural, de um Japão considerado “periférico” e
“exótico” em relação à Europa e Américas, e um presente de inserção e integração
em nível internacional. Considerando que o Nobel existia há 67 anos, tratava-se
de um prêmio tardio para uma literatura de extraordinária riqueza como a
japonesa, mas, ao mesmo tempo, era o reconhecimento de o Japão pertencer ao
mundo da cultura, e por esta razão, assumiu um significado simbólico muito além
do real prestígio do Prêmio. Quando, em 1994, o Prêmio Nobel é conferido
também a Ōe Kenzaburō, delineia-se uma situação na qual os dois únicos autores
premiados, também testemunhas dos dois únicos momentos em que a literatura (e
a cultura) japonesa destaca-se em uma premiação internacional, tornam-se pontos
de referência pelo fato de representar realidades e visões culturais diferentes, às vezes antitéticas, irrenunciáveis para a formação da identidade da literatura
japonesa (uma formação provocada pelo contato com o “Outro”). Uma
comparação entre os dois autores foi inevitável, como o mesmo Ōe tem demonstrado, quando escolheu fazer um discurso em que polemizava com
Kawabata... É um caso único da história do Nobel que contrapõe duas Weltanshauung muito diferentes: a Beleza versus Ambiguidade, a Evasão na
tradição contra a Ruptura dos paradigmas culturais. Estes são os temas sobre os
quais este trabalho propõe-se a refletir. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT The Nobel Prize, first awarded in 1968 to Japan, with the choice of Kawabata
Yasunari, represented, for Japanese literature, a landmark between a background of cultural marginality – a Japan considered a “peripheral” and “exotic” in relation to Europe and the Americas – and a present of insertion and integration at an international level. Whereas as the Nobel existed for sixty-seven years, it was a prize for a later literature of extraordinary richness as the Japanese, but at the
same time, it was the recognition for Japan to belong to the world of culture, and
for this reason assumed a symbolic significance far beyond the real prestige of the award. When, in 1994, the Nobel Prize was also awarded to Ōe Kenzaburō, it outlined a situation in which the only two winning authors – also witnesses of the
only two times in the literature (and culture) Japanese stands out in an international award – become reference points for the fact of representing different cultural realities and visions, sometimes antithetical, indispensable to the formation of the identity of the Japanese literature (a formation caused by contact with the “Other”). A comparison between the two authors was inevitable, as the
same Ōe has shown, when he chose to make a speech in which he polemicized
with Kawabata... It is a unique case in the history of Nobel which contrasts two very different Weltanshauung: Beauty versus Ambiguity, Evasion in the tradition
against Rupture of cultural paradigms. These are the themes on which this thesis
proposes to reflect.