Tesis
De pele escura e tinta preta : a imprensa negra do século XIX (1833-1899)
Registro en:
PINTO, Ana Flávia Magalhães. De pele escura e tinta preta: a imprensa negra do século XIX (1833-1899). 2006. 197 f. Dissertação (Mestrado em História)-Departamento de História)- Universidade de Brasília, Brasília, 2006.
Autor
Pinto, Ana Flávia Magalhães
Institución
Resumen
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de História, Programa de Pós-Graduação, 2006. Ao reconhecer a existência da imprensa negra brasileira do século XIX e sistematizar um conjunto de oito jornais, este trabalho se inscreve nos estudos sobre os processos de construção identitária de pessoas negras livres em meio à vigência do sistema escravista e seus desdobramentos imediatos. A amostra é composta dos seguintes títulos: O Homem de Côr ou O Mulato, Brasileiro Pardo, O Cabrito e O Lafuente, do Rio de Janeiro (RJ), em 1833; O Homem: Realidade Constitucional ou Dissolução Social, de Recife (PE), em 1876; A Pátria – Orgam dos Homens de Côr, de São Paulo (SP), em 1889; O Exemplo, de Porto Alegre (RS), de 1892; e O Progresso – Orgam dos Homens de Côr, também de São Paulo (SP), em 1899. Ainda que se localizem em espaços e períodos diversos, esses periódicos vieram à baila em momentos marcantes para a história política brasileira e trouxeram representações, senão inversas, conflitantes. Entre as estratégias argumentativas de denúncia e combate ao racismo, empreendem o aproveitamento dos valores da democracia moderna, dos ideais iluministas e liberais para colocá-los a serviço do combate à discriminação racial e do estabelecimento de uma democracia efetiva. Tanto no Império quanto na República, todos os jornais protestaram para que os talentos e virtudes, e não a cor da pele, fossem a garantia dos direitos dos cidadãos. Desse modo, colocaram em xeque as efetivas condições de realização das promessas da igualdade moderna no Brasil oitocentista. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT By recognizing the existence of the Brazilian black press in the 19th Century, and by systemizing a group of eight newspapers, this work is inscribed in the studies about the process of identity construction of freed black people upon the legality of slavery system, and it is immediate consequences. The sample is composed of the following titles: O Homen de Cor ou O Mulato, Brasileiro Pardo, O Cabrito e O Lafuente, of Rio de Janeiro (RJ), in 1833; O Homem: Realidade Constitucional ou Dissolução Social, of Recife (PE), in 1876; A Pátria – Orgam dos Homens de Cor, of São Paulo(SP), in 1889: O Exemplo, of Porto Alegre (RS), of 1892; e O Progresso – Orgam dos Homens de Côr, also from São Paulo (SP), in 1899. Even though those having taken place in various spaces and periods, these periodicals come to light in remarkable moments in the Brazilian political history, and brought about representations considered as conflicting, if not inverse. Between argumentative strategies of denunciation and combat against racism, they undertake the employment of values of modern democracy, the illuminist and liberal ideals to put them in service against racial discrimination and for the establishment of an effective democracy. In the Empire as well as in the Republic, every newspaper has protested for the talents and virtues, and not the skin color, be the guarantee of the rights of the citizens. In doing that, the effective conditions of accomplishment of the promises of modern equality in the 18th century in Brazil were threatened.