Tesis
O PROJETO PRINCIPAL DE EDUCAÇÃO PARA A AMÉRICA LATINA E O CARIBE (1980-2000) E A ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS
Fecha
2019-02-19Registro en:
DIAS, F. P. O., O PROJETO PRINCIPAL DE EDUCAÇÃO PARA A AMÉRICA LATINA E O CARIBE (1980-2000) E A ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS
Autor
GONTIJO, C. M. M.
MACEDO, M. S. A. N.
LEITE, S. A. S.
FERREIRA, E. B.
DRAGO, R.
Institución
Resumen
Pretende-se compreender, no Projeto Principal de Educação para a América Latina e o Caribe (PPE), os consensos pactuados pelos países da região, especificamente os destinados à alfabetização de crianças. Investigam-se os encaminhamentos direcionados à apropriação da leitura e da escrita pelas crianças, que atravessaram as metas estabelecidas pelo PPE (1980-2000). Para isso, examinam-se, critico-responsivamente, 50 Boletins produzidos pela Unesco na vigência do projeto, por meio da análise documental como metodologia de pesquisa e da perspectiva bakhtiniana de linguagem como aporte teórico-metodológico. Nesse diálogo, as ideias arendtianas de política associam-se aos posicionamentos críticos de diferentes autores. Primeiramente, o estudo contempla as configurações dos suportes que compõem o corpus analítico, seus autores, seus destinatários e, posteriormente, a natureza das enunciações registradas nesses documentos. Evidencia a composição objetiva dos Boletins, pretensamente neutra e imparcial, e infere que tais características reforçam a suposta isenção de interesses da Unesco. Demonstra ainda, no entendimento ativo-responsivo dos enunciados presentes nos Boletins, que alguns apontamentos dirigidos à alfabetização infantil foram mais reiterados e organizaram uma trama discursiva que reforçou determinados assuntos em detrimento de outros. Visibiliza algumas vozes dissonantes que não foram assumidas nos acordos estabelecidos. A maior preocupação, no que se refere à alfabetização infantil, foi a reprovação escolar nos primeiros anos de escolarização primária, problema analisado a partir de uma perspectiva economicista e circunscrita à esfera educativa. Conclui-se que a conformação objetiva dos documentos e a reiteração de algumas enunciações garantiram a produção de acordos sobre a alfabetização infantil e revelaram os Boletins como uma ferramenta estratégica para a fabricação de consensos.